Marcos do Val denuncia plano golpista de Bolsonaro; nossas matérias foram confirmadas mais uma vez

 
Em 2018, durante a campanha presidencial daquele ano, o UCHO.INFO sempre afirmou que o então candidato Jair Bolsonaro, se eleito, em algum momento tentaria dar um “cavalo de pau” na democracia brasileira.

Ao longo dos últimos quatro anos, mesmo debaixo de saraivada de críticas e ataques sórdidos, mantivemos a afirmação de então, que foi se confirmando com o passar do tempo. Antes da corrida presidencial de 2022, insistimos em informar que um golpe de Estado estava presente no cardápio de Bolsonaro, que, à sombra da covardia, permanece refugiado nos Estados Unidos.

Aduladores de Jair Bolsonaro nos dedicaram ofensas e chistes na reta final da disputa pelo Palácio do Planalto, na vã tentativa de impedir a divulgação de fatos reais, mas resistimos aos ataques como sempre fizemos em outros tantos governos.

Os atos golpistas perpetrados por terroristas simpatizantes de Bolsonaro, em 8 de janeiro passado, provaram que nossas matérias estavam embasadas em fatos reais e em consistentes informações de bastidores.

Nesta quinta-feira (2), o senador Marcos do Val (Podemos-ES) anunciou em uma rede social que pedirá afastamento do mandato, que finda em 31 de janeiro de 2027.

Em conversa com a GloboNews, Marcos do Val afirmou que tomou a decisão por conta de um diálogo presenciado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), logo após as eleições de outubro, em que o então deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) teria proposto uma ação golpista.

 
Do Val afirma que a proposta envolvia a manutenção dos acampamentos golpistas em todo o País, principalmente em Brasília, além de gravar sem autorização conversa que comprometesse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.

“Eles me disseram: ‘Nós colocaríamos uma escuta em você e teria uma equipe para dar suporte, E você vai ter uma audiência com Alexandre de Moraes, e você conduz a conversa pra dizer que ele está ultrapassando as linhas da Constituição. E a gente impede o Lula de assumir, e Alexandre será preso’”, relatou Do Val ao portal g1.

O senador afirma que a proposta foi apresentada por Daniel Silveira, sendo que Bolsonaro, presente na reunião, indicou concordar com a ideia. O senador alega ter pedido tempo para analisar a proposta. O parlamentar capixaba disse ter relatado o caso ao ministro Alexandre de Moraes, que classificou a ideia como “um absurdo”.

“Fiquei surpreso ao saber que o presidente queria falar comigo. Foi a primeira vez que nos encontramos fora de uma solenidade oficial. Muita gente sabe que tenho uma ligação com o ministro Alexandre de Moraes. Quando ele foi secretário de Segurança de São Paulo e o Geraldo Alckmin era governador, fui contratado para dar treinamento para a polícia paulista. Não somos íntimos, mas temos um excelente relacionamento. Por isso – e também por dever cívico e de consciência –, relatei a ele o que estava acontecendo. Era a coisa certa a ser feita”, disse .

O ministro Alexandre de Moraes autorizou a Polícia Federal (PF) a tomar o depoimento de Marcos do Val no âmbito da investigação sobre os atos golpistas que tomaram a Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro. A oitiva será realizada em até cinco dias.

Ao pedir autorização para interrogar o senador do Podemos, o delegado federal Raphael Soares Astini alegou que o parlamentar “recentemente divulgou em suas redes sociais possuir informações relevantes” para a investigação. Marcos do Val acusou o ex-presidente Bolsonaro de tentar articular um golpe de Estado.

Em despacho, Moraes destacou que a “circunstância que deve ser esclarecida”. O magistrado sinalizou que a “intenção golpista” pode ser enquadrada como crime de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.


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