Com grandes empresas buscando alongamento de dívidas, críticas de Lula à taxa de juro ganham força

 
Nomes destacados do mercado financeiro têm criticado as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionando a atual taxa básica de juro, a Selic, atualmente fixada em 13,75% ao ano, e cobrando do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, uma postura da instituição que não sacrifique a economia nacional.

A reação do mercado mediante as declarações de Lula têm como esteio a importância da responsabilidade fiscal, algo que não deve ser ignorado ou abandonado, pelo contrário, mas não se pode pensar em retomada econômica com uma taxa de juro nas alturas. É mandatório encontrar uma saída para tamanho impasse.

Como afirmamos em matéria anterior, o discurso de Lula contra o BC, que não mira o fim da autonomia da autoridade monetária, tem objetivo definido. Nesta quarta-feira (8), durante reunião do Conselho Político, no Palácio do Planalto, Lula conseguiu convencer alguns dos participantes, em especial parlamentares, que Campos Neto precisa ser enquadrado.

 
Sempre de olho no lucro, ao contrário do que afirmam os donos do capital, o mercado financeiro pode espernear à vontade, mas antes de alegações técnicas é preciso reconhecer a inviabilidade de qualquer economia à sombra de taxa de juro tão elevada.

O maior exemplo de tal inviabilidade surgiu nesta quarta-feira (8), no vácuo do anúncio sobre a troca do comando da varejista Marisa, que renegocia com instituições financeiras o alongamento da dívida, estimada em R$ 600 milhões.

A questão que se põe é que nenhuma empresa consegue sobreviver em cenário no qual a Selic saltou de 2,00% ao ano, taxa confirmada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na reunião de 20 de janeiro de 2021, para 13,65% ao ano, mantida na mais recente reunião do colegiado do BC. Ademais, o Copom sinalizou em sua decisão que a taxa básica de juro assim permanecerá nos próximos meses.

Faz-se necessário destacar que a escalada da Selic se deu no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que continua refugiado nos Estados Unidos, e na esteira da irresponsabilidade do então ministro Paulo Guedes (Economia), que recebeu do outrora mandatário a alcunha de Posto Ipiranga”.


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