CPI dos Atos Antidemocráticos pede reunião com Alexandre de Moraes; chefe da Casa Civil do DF está na mira

 
Barrada no Senado Federal por causa da retirada de assinaturas do pedido de instalação de uma CPI, a investigação dos atos terroristas de 8 de janeiro, que deixaram impressionante rastro de destruição na Praça dos Três Poderes, avança na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Presidida pelo deputado distrital Chico Vigilante (PT), a CPI dos Atos Antidemocráticos tem tomado o depoimento de alguns responsáveis pelo trágico episódio, mas algumas autoridades têm trabalhado intensamente nos bastidores para evitar depoimentos. É o caso do chefe da Casa Civil do DF, Gustavo do Vale Rocha (à direita na foto), considerado um “intocável” na estrutura do governo de Ibaneis Rocha.

Rocha tinha o dever funcional de monitorar os preparativos das forças de segurança do DF para conter os vândalos bolsonaristas, mas não o fez por algum motivo. Durante o período em que o governador Ibaneis Rocha ficou afastado do cargo, por determinação do ministro Alexandre de Moraes (STF), o chefe da Casa Civil submergiu, comportamento que não coaduna com seu conhecido histrionismo.

Gustavo do Vale Rocha foi acusado de negligência pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) por ignorar pedido do então presidente em exercício do Senado para que a Polícia Militar do Distrito Federal ajudasse a proteger o Congresso Nacional da turba de terroristas bolsonaristas que vandalizaram as sedes dos três Poderes.

 
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Ex-subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil da Presidência da República no governo de Michel Temer, quando o “manda-chuva” palaciano era ninguém menos que Eliseu Padilha, Rocha foi alçado ao cargo de ministro dos Direitos Humanos, mas à época articulou politicamente para emplacar o ministro da Justiça. Contudo, Temer acabou escolhendo Alexandre de Moraes, atualmente ministro do Supremo Tribunal Federal.

A pretérita queda de braços pelo Ministério da Justiça poderá a qualquer momento ser ressuscitada, eventualmente causando prejuízos políticos a Gustavo do Vale Rocha. Isso porque a CPI dos Atos Antidemocráticos que tramita na CLDF enviou a Moraes, na última sexta-feira (24), pedido para uma reunião com o magistrado. O objetivo do encontro é tratar de questões pertinentes à investigação em curso.

De acordo com o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), alguns requerimentos aprovados pela CPI da CLDF têm relação com depoentes ou fatos apurados nos inquéritos em que Moraes é relator.

Causa espécie o fato de Gustavo do Vale Rocha não ter sido chamado até o momento para explicar aos integrantes da CPI a decisão de não atender ao pedido do senador Veneziano Vital do Rêgo, assim como não ter tomado providências que poderiam ter minimizado os efeitos colaterais da ação patrocinada pela turba bolsonarista, que naquela ocasião defendia um golpe de Estado.


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