Quando o general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias deixou o comando do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), o UCHO.INFO afirmou que o erro do militar foi omitir a existência de um vídeo gravado no terceiro andar do Palácio do Planalto durante os atos terroristas de 8 de janeiro, quando as sedes dos três Poderes foram depredadas por golpistas bolsonaristas.
Outro erro de Gonçalves Dias, conhecido somente agora, foi não substituir toda a equipe do GSI, que não apenas dedicava subserviência ao general da reserva Augusto Heleno, então chefe da pasta, mas era entusiasta do golpe. A imagem de um servidor da pasta oferecendo água aos terroristas é prova inconteste dessa simpatia por um golpe de Estado.
Alguns veículos de imprensa insistem em fermentar a teoria da conspiração, dando margem para que os golpistas com mandato parlamentar defendessem com mais ímpeto a criação da CPMI do Golpe, que até recentemente obrigava o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a trabalhar nos bastidores para evitar o pior. Depois da divulgação do vídeo e demissão de Dias, o Planalto mudou o discurso e passou a defender a CPMI.
Ao aceitar a ideia de convocara reunião do núcleo duro palaciano para decidir o futuro do general Gonçalves Dias, o presidente colocou o governo no olho do furacão dos atos terroristas, algo que a oposição golpista aguardava com ansiedade. Atualmente, no Congresso, há uma guerra de narrativas entre oposicionistas e governistas, mas o resultado de uma investigação parlamentar é incerto.
Ademais, Lula errou enormemente ao demitir Gonçalves Dias sem analisar com o devido cuidado o vídeo em que o general aparece conferindo o estrago patrocinado pelos terroristas no Palácio do Planalto. O fato de Dias não ter dado voz de prisão aos vândalos ou até mesmo reagido não significa conivência com a tentativa de golpe.
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Sob o comando interino do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, que depois da tentativa de golpe e até recentemente foi interventor na segurança pública do Distrito Federal, o GSI deve passar para as mãos do general da reserva Marcos Antônio Amaro dos Santos, que chefiou a pasta no governo de Dilma Rousseff.
Faz-se necessário saber quem influenciou Lula em sua decisão de demitir o chefe do GSI, já que Gonçalves Dias é pessoa de confiança do presidente e cuidou da segurança da campanha do petista em 2022. Informações publicadas na imprensa apontam que a primeira-dama Rosângela “Janja” da Silva teve papel preponderante na demissão do militar.
A primeira-dama tem colecionado inimizades na órbita do poder desde a equipe de transição, quando começou a medir forças com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e outros colaboradores históricos de Lula.
Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República para um terceiro mandato, que deveria ser sua redenção depois do escândalo do Petrolão, mas tudo indica que os brasileiros terão de conviver com os palpites descabidos e desnecessários de Janja. Isto é, se o governo Lula chegar ao seu final.
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