Bolsonaro sabia de fraude em cartão de vacinação; ex-presidente é golpista, covarde e mitômano

 
Como sempre afirmamos ao longo dos últimos quatro anos, Jair Bolsonaro é golpista e covarde. Agora descobre-se que também é adepto confesso da mitomania. Nesta quarta-feira (3), após policiais federais cumprirem mandado de busca e apreensão em sua casa, em Brasília, Bolsonaro disse aos jornalistas que não foi vacinado contra Covid-19, dando sequência ao discurso negacionista que emoldurou a morte de 700 mil brasileiros que não resistiram ao vírus SARS-CoV-2. Na entrevista, o ex-presidente mencionou a bula da vacina da Pfizer.

Os investigadores da Operação Venire, que apuram a falsificação de certificados de vacinação de Bolsonaro, da filha Laura, da ex-primeira-dama Michelle, do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa e da sua esposa e da filha, identificaram uma série de falcatruas no escopo dessa epopeia rocambolesca e criminosa.

A Polícia Federal cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão, sendo que seis investigados foram presos, entre os quais Mauro Cid, o “faz tudo” do ex-presidente da República. Como noticiamos em matéria anterior, um dos presos é o ex-major Ailton Barros, que aos policiais disse conhecer quem ordenou o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, mortos em 14 de março de 2018, no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro.

A grande questão é que apesar de Bolsonaro ter negado adulteração nos certificados de vacinação, deixando a responsabilidade aos assessores presos, os comprovantes de imunização foram impressos a partir do aplicativo ConecteSUS e com computador do Palácio do Planalto. O documento mostra que Bolsonaro recebeu três doses da vacina contra Covid-19 – uma da farmacêutica Janssen, duas do laboratório Pfizer.

A polêmica que surgiu após a operação policial tem na mira o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a deflagração da “Venire” e expediu os mandados judiciais. Integrantes da cúpula do Exército questionam a legalidade da prisão de Mauro Cid e outros assessores do ex-presidente, como se uma farda verde-oliva fosse passaporte para a impunidade. Na verdade, o Exército deveria estar preocupado em dar satisfação à população, uma vez que Mauro Cid é militar da ativa.

 
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Em relatório enviado ao PF, a Polícia Federal afirma que o certificado é “ideologicamente falso” e que, com base nas provas obtidas até o momento, Bolsonaro tinha “plena ciência” da inserção fraudulenta dos dados de vacinação.

Ao autorizar a ação policial, Alexandre de Moraes considerou “plausível, lógica e robusta” a hipótese da PF de que Bolsonaro, “de maneira velada”, procurou “eventuais vantagens advindas da imunização, especialmente considerado o fato de não ter conseguido a reeleição nas eleições 2022”.

Questionar a legalidade da prisão de Mauro Cid e outros comparsas de fraude é minimizar o cometimento de crime, que deve ser punido com o rigor da lei, lembrando que a Constituição Federal em seu artigo 5º (caput) é clara ao estabelecer que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.

Quem conhece a trajetória de Jair Bolsonaro e acompanha de perto e com independência a política nacional o imbróglio desta quarta-feira não surpreende. Apenas serve para confirmar o que muitos sabiam a respeito de um farsante que se apresentou à parcela desavisada do eleitorado como “salvador da pátria” e paladino da moralidade nacional.

A deflagração da Operação Venire confirma as muitas e contundentes críticas que dedicamos a Bolsonaro, assim como fizemos com outros governantes. Além disso, a ação policial serve de endosso ao jornalismo independente a que nos dedicamos.

Jair Bolsonaro cometeu falsidade ideológica e crime contra a saúde pública. Além disso, poderá responder a processo nos Estados Unidos por uso de certificado falso de vacinação. Para quem sempre afirmou que joga “dentro das quatro linhas da Constituição”, Bolsonaro é uma ode ao deboche e deveria estar preso.


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