Preso na operação da PF que apura fraude em certificado vacinal, ex-major pode complicar Bolsonaro

 
Entre os alvos da Operação Venire, da Polícia Federal, que investiga fraude nos dados vacinais de Jair Bolsonaro, familiares e assessores, ao menos seis estão presos. Um deles é Ailton Gonçalves Moraes Barros, ex-major do Exército e candidato derrotado a uma vaga de deputado estadual no Rio de Janeiro, em 2022.

Eleito suplente de deputado estadual, nas últimas eleições, o ex-major foi oficial da Academia Militar de Agulhas Negras (Aman) e nas redes sociais exibe várias fotos ao lado de Bolsonaro. Em 2020, Barros foi candidato a vereador pelo PRTB.

Ailton Barros é considerado suspeito de participação na adulteração dos dados vacinais de Jair Bolsonaro, da ex-primeira-dama e do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, espécie de “faz tudo” do ex-presidente, desde o início do governo anterior. O esquema criminoso de falsificação de certificados de vacinação contra Covid-19 envolveu a Secretaria de Saúde de Duque de Caxias, município da Baixa Fluminense.

Em mensagens reveladas pela PF, nesta quarta-feira (3), Barros afirmou aos investigadores que conhece o mandante da morte da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018.

 
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Causa espécie o fato de Ailton Barros, poucas horas após ser preso, ter dado tal declaração. Não se trata de colocar em xeque a informação repassada pela PF, pelo contrário, mas de destacar o desequilíbrio emocional de alguém que frequentou a Aman, ou seja, o ex-militar demonstra estar disposto a contar o que sabe.

Outro de mandado de busca e apreensão no âmbito da Operação Venire é o ex-vereador Marcello Siciliano, que no caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes foi acusado como responsável por dar a ordem para o crime. O tenente-coronel Mauro Cid pediu ajuda a Siciliano para levar a fraude adiante.

A denúncia partiu da testemunha Orlando Curicica, acusado de integrante uma milícia no Rio de Janeiro. Ele afirmou que Siciliano disse, em um restaurante, que desejava a morte de Marielle por conta de sua atuação contra os negócios ilícitos da milícia na região. Em segundo depoimento, a versão dos fatos foi mudada.

Diante da possibilidade de eventual delação premiada por parte de Ailton Barros, a situação da família Bolsonaro no terreno das investigações sobre o assassinato de Marielle e Anderson, assunto que até o momento as autoridades do Rio de Janeiro não conseguiram esclarecer.


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