Os problemas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta no âmbito das relações do governo com o Congresso Nacional era esperado, assim como é de conhecimento dos leitores do UCHO.INFO, que afirmou anteriormente ser quase impossível confiar em uma gestão que tem à frente das relações institucionais o petista Alexandre Padilha, cujo trabalho sofre com a atuação paralela de Rui Costa, ex-governador da Bahia e atual ministro-chefe da Casa Civil.
Longe de colocar em xeque a seriedade de Padilha e Costa, mas há no entorno do presidente da República políticos com maior capacidade de interagir com o Congresso, onde a chantagem escancarada tornou-se uma ferramenta criminosa que só cresce.
Por ocasião do período de transição, logo após o segundo turno da eleição presidencial, ficou evidente que a equipe do novo governo enfrentaria problemas diversos, começando pelo chamado “fogo amigo” de algumas alas do Partido dos Trabalhadores, alijadas da composição da atual gestão.
Assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro recorreu a uma verdadeira “Arca de Noé” em sua tentativa de reeleição, Lula também se valeu do apoio de vários setores políticos, em especial da esquerda e do centro, para conquistar o direito de governar o Brasil pela terceira vez.
Como temos afirmado, o novo mandato de Lula deveria ser uma espécie de redenção, mas está evidente que o presidente da República tem se deixado pautar por questões ideológicas, contrariando a promessa de unificar e pacificar o País. Em suma, o Brasil e a política continuam no campo da polarização.
Depois do surgimento do termo “presidencialismo de coalizão”, invencionice rasteira para justificar a corrupção institucionalizada, a relação do Executivo com o Legislativo tornou-se cada vez mais difícil, exigindo do governo a distribuição de cargos e verbas, além da conivência quase silenciosa com escândalos de toda ordem.
No círculo mais próximo do presidente Lula há ao menos três nomes com reconhecida competência no campo político. O primeiro é José Múcio Monteiro Filho, ex-deputado federal e ex-ministro de Relações Institucionais no governo Dilma, atualmente à frente do Ministério da Defesa. Múcio continua sendo o nome mais adequado para liderar as relações do governo com o Congresso, mas Lula parece não enxergar o óbvio.
Outros dois nomes foram deixados de lado na composição da equipe do novo governo. Ex-deputado federal e ex-ministro da Defesa, Aldo Rebelo é conhecido por ter bom trânsito junto aos militares das Forças Armadas. Esquecido pelo presidente, Rebelo deveria estar à frente da Defesa.
O último nome respeitável e que de igual modo não foi lembrado é o de Jaques Wagner, senador pelo PT e ex-governador da Bahia. Wagner é de habilidade política indiscutível e deveria estar no comando da Casa Civil.
Lula, tudo indica, tem preferido deixar assuntos cotidianos do governo com assessores que travam embates desnecessários com o Parlamento ou são “devorados” com facilidade por deputados e senadores adeptos do criminoso escambo político.
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