Golpista e covarde, Bolsonaro chama de “sugestões” as mentiras contadas a embaixadores sobre eleição

 
Desde a campanha presidencial de 2018, o UCHO.INFO insiste em afirmar que Jair Bolsonaro é um golpista nato e com todas as letras, o que não garantiu suas investidas contra a democracia brasileira. Nos últimos dois anos do pior governo da história nacional, fizemos referência a Bolsonaro usando os termos “golpista” e “covarde”, o que enfureceu sua turba de apoiadores.

O plano de golpe que Jair Bolsonaro tentou levar adiante fracassou porque as forças militares não aderiram a um projeto criminoso e que atenta contra a Constituição Federal. O ápice do golpismo bolsonarista se deu em 8 de janeiro, quando seguidores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes da República.

Meses antes, em plena campanha eleitoral, Bolsonaro convocou os embaixadores estrangeiros para um encontro no Palácio da Alvorada, em Brasília, quando mais uma vez e sem prova disse que o sistema eleitoral brasileiro era passível de fraudes e violações.

Naquele momento, com diplomatas estarrecidos com o que ouviram, ficou comprovado o abuso de poder político em benefício próprio e de uma campanha que foi alimentada pelo discurso do gole e da intervenção militar.

Alvo de processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode culminar em sua inelegibilidade por oito anos, Bolsonaro, do alto da sua conhecida covardia, agora chama de “sugestões” as mentiras que contou aos representantes diplomáticos sobre as urnas eletrônicas.

 
“É justo cassar os direitos políticos de alguém que reuniu embaixadores? Não é justo falar em atacar a democracia. Aperfeiçoamento, buscar colocar camadas de proteção, é bom para a democracia”, disse Bolsonaro a jornalistas, nesta segunda-feira (26).

“Não podemos aceitar passivamente no Brasil que possíveis críticas ou sugestões de aperfeiçoamento do sistema eleitoral seja tido como ataque à democracia”, completou.

O que Bolsonaro tenta com tais declarações é eventual mudança no voto do relator do processo, ministro Benedito Gonçalves, que é claramente a favor da inelegibilidade do ex-presidente da República.

A defesa de Bolsonaro alega que o TSE não pode aceitar, no âmbito do processo, fatos posteriores à reunião com os embaixadores. O PDT, autor da ação, juntou ao processo, com a devida autorização do tribunal, a minuta do golpe encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.

Os advogados do ex-presidente podem reclamar à vontade, até porque foram contratados para tal, mas o evento no Palácio da Alvorada por si só é suficiente para tornar Bolsonaro inelegível. Trata-se de prova incontestável.


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