CPMI: Lawand Júnior mente ao negar que tenha incentivado golpe de Estado em mensagens a Mauro Cid

 
Ao longo dos anos de 2021 e 2022, o UCHO.INFO passou a se referir ao então presidente Jair Bolsonaro como “golpista” e “covarde”, algo que sua trajetória fala por si. A turba de apoiadores do ex-presidente foi ao delírio e passou a disparar ataques sórdidos e covardes a este noticioso e ao seu editor.

Nada pode ser pior e repugnante do que um golpista covarde. Esse é o perfil não só de Bolsonaro, mas do coronel Jean Lawand Júnior, que em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas negou que tenha falado ou incentivado um golpe de Estado nas mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que está preso por fraude em cartões de vacinação contra Covid-19.

“Afirmo aos senhores que em nenhum momento falei sobre golpe, atentei contra a democracia brasileira ou quis quebrar, destituir, agredir qualquer uma das instituições”, afirmou o militar do Exército.

A desfaçatez de Lawand Júnior não cessou. Ele disse aos integrantes da CPMI que “uma palavra do Bolsonaro, uma manifestação dele faria com que aquelas pessoas nas ruas retornassem aos seus lares e retornassem às suas vidas”. “Mas não acredito que ele tenha qualquer responsabilidade com o que aconteceu”, completou o coronel.

 
Ao que parece, o coronel golpista e move-se com intimidade no terreno da hipocrisia: “Vou explicar cada uma delas, mas mais importante: preciso que considerem a minha essência, o que fiz minha vida toda como pai de família, bom militar e aquele que quer bem do Brasil”. O sujeito troca mensagens com o então ajudante de ordens do presidente da República e cobra a continuidade do plano golpista, mas diz querer o bem do Brasil. A essa altura deveria estar preso.

“Minha função [no Exército] é burocrática. Não tinha motivação, capacidade ou força para fazer qualquer atentado ou motivar pessoas a fazê-lo”, emendou. “Fui infeliz. Minha colocação foi muito infeliz, não tenho contato com ninguém do Alto Comando. Não deveria tê-la feito”, disse do alto de sua covardia. Incentiva um plano de golpe de Estado, mas diante dos parlamentares afirma que foi “infeliz”.

No escopo das investigações sobre fraude nos cartões de vacinação contra Covid-19, a Polícia Federal encontrou no celular de Mauro Cid mensagens em que Lawand pedia ao ajudante de ordens para que encorajasse Bolsonaro a levar adiante o plano de golpe após a vitória de Lula na corrida presidencial de 2022.

Jean Lawand Júnior tinha garantido o direito de permanecer em silêncio, mas disse estar disposto a responder às perguntas dos integrantes da CPMI dos Atos Golpistas. Nesse momento, Lawand assumiu o compromisso de dizer somente a verdade. Na hipótese de mentir, o que já ficou configurado, cabe ordem de prisão.


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