Agressão a Moraes não justifica declaração de Barroso sobre “derrota do bolsonarismo”, mas explica

 
Na última quarta-feira (12), durante discurso em evento de abertura do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Brasília, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), errou ao dizer que a Justiça derrotou o “bolsonarismo”. Após a repercussão de sua fala, o ministro reconheceu o erro e, ao se retratar, afirmou que fizera referência ao radicalismo comandado por Jair Bolsonaro, que fracassou nas recorrentes investidas contra a democracia e tropeçou na tentativa de reeleição.

Na opinião do UCHO.INFO, Barroso sequer deveria ter participado de um evento sabidamente marcado pela ideologia. Na verdade, os ministros do STF, principalmente, são, em sua maioria, midiáticos e abusam do excesso de exposição. A presidente da Corte, ministra Rosa Weber, é elogiada por sua postura reservada e aversão a entrevistas.

Quarenta e oito horas depois do episódio no congresso da UNE, um incidente no Aeroporto Internacional de Roma – Leonardo da Vinci, na Itália, minimizou a declaração de Barroso, que, reforçamos, foi equivocada e desnecessária. Na sexta-feira (14), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi agredido e hostilizado por três turistas brasileiros que retornavam ao Brasil.

Moraes foi chamado de “bandido, comunista e comprado”, além de seu filho ter sido agredido fisicamente por um dos detratores bolsonaristas, que se acham no direito de atentar contra a democracia em razão da condição financeira.

 
Ressaltamos que a agressão sofrida por Moraes não justifica a fala de Barroso, mas certamente explica. Ao dizer que a Justiça derrotou o bolsonarismo, movimento ultrarradical de direita que se assemelha ao fascismo, Luís Roberto Barroso quis destacar que o Judiciário não recuou diante das ameaças e intimidações de Bolsonaro e sua turba.

Os atos golpistas de 8 de janeiro não deixaram dúvidas sobre um assunto que desde a campanha presidencial de 2018 tem sido alvo de nossos constantes alertas: Jair Bolsonaro é um amante confesso do autoritarismo e em algum momento tentaria dar um “cavalo de pau” na jovem democracia brasileira. O resultado do plano golpista não saiu como o esperado, para a sorte do Brasil e dos brasileiros de bem.

Assim como o nazismo e o fascismo foram duramente combatidos, o bolsonarismo não pode ficar impune, o que não permite confere aos integrantes do Judiciário o direito de ignorar as regras da institucionalidade. Que a democracia seja defendida com o rigor da lei e nos limites da Constituição.


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