PF ouvirá Bolsonaro no caso que envolve o hacker da “Vaza Jato” e a deputada Carla Zambelli

 
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será ouvido no caso do hacker Walter Delgatti Netto, preso nesta quarta-feira (2) pela Polícia Federal (PF) após admitir a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a pedido da deputada Carla Zambelli (PL-SP).

Aliados de Bolsonaro tinham ciência de que o depoimento seria inevitável, já que ele foi citado na página 17 da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o pedido de prisão de Delgatti.

No mencionado trecho da decisão, o ministro destaca o depoimento dado pelo hacker à PF, no qual afirma “que a deputada Carla Zambelli esteve envolvida nos atos do declarante, sendo que o declarante, conforme saiu em reportagem, encontrou o ex-Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada, tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código-fonte, conseguiria invadir a urna eletrônica”.

De acordo com o depoimento, o questionamento de Bolsonaro a Delgatti não procedeu porque “o acesso que foi dado pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral] foi apenas na sede do tribunal, e o declarante não poderia ir até lá”. O hacker afirma ainda que “o ex-presidente não teve qualquer relação com a invasão ao sistema do CNJ”.

 
Não há data definida para o depoimento de Bolsonaro, mas a PF quer descobrir a razão do pedido do ex-presidente para que as urnas eletrônicas fossem invadidas. Na verdade, o motivo da solicitação foi o apreço desmesurado de Bolsonaro pelo golpismo, como sempre afirmamos.

No caso de o depoimento do ex-presidente produzir informações relevantes, os dados poderão ser compartilhados com outros inquéritos que tratam dos ataques às urnas e ao sistema eleitoral.

Será a quinta vez que Jair Bolsonaro, o golpista de plantão, prestará depoimento no âmbito de investigações da PF desde que deixou o cargo, em 31 de dezembro de 2022, quando estava refugiado nos Estados Unidos.

Em depoimento à PF, Delgatti disse ser impossível invadir o sistema do TSE: “Aduziu que não obteve sucesso ao tentar invadir o sistema do Tribunal Superior Eleitoral – TSE porque o código-fonte da urna eletrônica estaria hospedado em um computador offline”.


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