Lira e Republicanos estragam plano de Ricardo Salles de “passar a boiada” na CPI do MST

 
Jair Bolsonaro e sua turba seleta estavam certos de que vencer a eleição presidencial de 2022 era questão de tempo. Mesmo assim, o então presidente da República avançou criminosamente sobre a máquina pública como forma de garantir um novo mandato, período em que avançaria com seu projeto totalitarista.

Consumada a derrota nas urnas, enquanto uma tentativa de golpe de Estado era gestada nos subterrâneos do bolsonarismo e em alguns setores das Forças Armadas, Bolsonaro adotou o silêncio dos covardes e preparou fuga para os Estados Unidos.

Com a estreia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à extrema-direita restou a pequenez torpe do extremismo: agir para atrapalhar e fazer oposição de maneira rasteira. Figuras como Carla Zambelli, Ricardo Salles, Bia Kicis e outros détraqués súcia bolsonarista passaram a atacar o novo governo, como se o Brasil não tivesse urgência em resolver a enxurrada de problemas que atrapalham a vida da população.

A criação da CPI do MST foi uma das maneiras que o extremismo direitista encontrou para fustigar o PT e outros partidos de esquerda, em clara investida revanchista daqueles que até agora não assimilaram a derrota de Bolsonaro.

 
Eleito relator da CPI do MST, o que por si só é monumental escárnio, Ricardo Salles acreditou que na comissão parlamentar teria condições de “passar a boiada” a exemplo do que fez à frente do Ministério do Meio Ambiente durante a desastrada gestão Bolsonaro.

Em meio a uma polarização ideológica deliberadamente criminosa, a CPI decidiu convocar o ministro Rui Costa, da Casa Civil, para depor, em inequívoca decisão que atropela o Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

Convocar Rui Costa, que deveria depor às 14 horas desta quarta-feira (9), mostra o desespero que tomou conta do bolsonarismo e seus satélites direitistas. A convocação do chefe da Casa Civil não tem nexo causal com as recentes invasões promovidas pelo MST, por isso acabou cancelada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Salles, diante desse revés, declarou que não pretende pedir a prorrogação da CPI, que terminará em 14 de setembro. Outro revés foi a decisão do Republicanos de trocar parlamentares do partido que integram o colegiado e são contrários ao governo Lula. Essa manobra tem como pano de fundo a negociação da legenda com o Palácio do Planalto para ocupar um ministério.

Com esse cenário, onde o governo poderá ter maioria na CPI, Ricardo Salles não terá como “passar a boiada”. Na verdade, Salles, cuja arrogância e incompetência chegam a ser nauseantes, deveria se preocupar com questões relacionadas ao município de Ilha Bela, no litoral norte paulista. Quem se interessar pelo tema acabará se surpreendendo.