Brics anuncia ampliação e convida seis países para o bloco

 

No segundo dia da cúpula em Johannesburg, o grupo de economias emergentes Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) chegou a um acordo, na quarta-feira (23), sobre a expansão do bloco e as orientações para a adesão de novos membros

O grupo decidiu convidar seis países para se tornarem novos membros, confirmou nesta quinta-feira o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa: Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

“O Brics é um grupo diversificado de nações. É uma parceria igualitária de países que têm pontos de vista diferentes, mas que partilham uma visão para um mundo melhor. Os cinco membros chegaram a um acordo sobre os princípios orientadores, padrões, critérios e procedimentos do processo de expansão. Temos consenso sobre a primeira fase deste processo de expansão. Decidimos convidar a República Argentina, a República Árabe do Egito, a República Federal Democrática da Etiópia, a República Islâmica do Irã, o Reino da Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos a tornarem-se membros de pleno direito do Brics a partir de 1 de janeiro de 2024”, escreveu o presidente sul-africano.

“Concordamos na questão da ampliação. E adotamos um documento que estabelece diretrizes de princípios e processos para considerar os países que desejam se tornar membros do Brics”, acrescentou a ministra das Relações Exteriores sul-africana, Naledi Pandor à Ubuntu Radio, emissora vinculada a sua pasta.

A informação foi divulgada após o principal dia da 15ª Cúpula dos Chefes de Estado do Brics, quando cada mandatário discursou no plenário em Johannesburg.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participou por videoconferência. Ele não viajou à África do Sul temendo ser preso, uma vez que é alvo de um mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional por supostos crimes de guerra na Ucrânia.

 
Lula destacou a posição histórica do Brasil de defesa da soberania e integridade territorial das nações e considerou positivo o fato de que há um número crescente de países engajados na tentativa de atingir um acordo para encerrar a guerra que se arrasta há um ano e meio.

“Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz, tampouco podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição que aumentam a cada dia. O Brasil não contempla fórmulas unilaterais para paz. Estamos prontos para nos juntar a um esforço que possa, efetivamente, contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura”, afirmou Lula.

Ele acrescentou que a guerra na Ucrânia mostra as limitações do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e que os Brics têm um papel relevante na solução do conflito.

“A busca pela paz é um coletivo e um imperativo para o desenvolvimento justo e sustentável. Os Brics devem atuar como uma força pelo entendimento e pela cooperação. Nossa disposição está expressa na contribuição da China, da África do Sul e do meu próprio país para os esforços de solução do conflito na Ucrânia”, enfatizou.

Putin agradeceu aos demais países do Brics pelos esforços dirigidos a buscar uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia, mas voltou a responsabilizar o Ocidente pela guerra.

Moeda comum

Lula também afirmou que a criação de uma moeda para transações comerciais entre os países do bloco reduzirá vulnerabilidades dessas nações e destacou que o interesse de outros países em se juntar ao Brics demonstra a relevância crescente do bloco.

O presidente brasileiro criticou os atuais modelos de financiamento globais, que são prejudiciais aos países em desenvolvimento, e destacou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) do Brics pode oferecer alternativas de financiamento mais adequadas às necessidades dos países do Sul.

“É inadmissível que os países em desenvolvimento sejam penalizados com juros até oito vezes mais altos que os cobrados dos países ricos. É preciso aumentar a liquidez, ampliar o financiamento concessional e pôr fim às condicionalidades. O sistema multilateral de comércio deve ser reavivado para voltar a atuar como ferramenta para um comércio justo, previsível, equitativo e não discriminatório. A descarbonização de nossas economias deve vir acompanhada pela geração de empregos dignos, industrialização e infraestrutura verdes e serviços públicos para todos”, disse o presidente. (Com agências internacionais)


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