Argentina terá 2° turno entre o governista Sergio Massa e o radical de direita Javier Milei

 
A eleição presidencial argentina será decidida em um segundo turno entre o centrista governista Sergio Massa e o populista ultraliberal Javier Milei (à esquerda na foto), após nenhum candidato atingir a porcentagem necessária para conquistar a vitória no pleito deste domingo (22).

Com 98,51% das urnas apuradas nesta segunda, o peronista Massa surpreendeu ao se sair melhor do que a maioria das pesquisas indicavam, conquistando 36,7% dos votos. O radical outsider Milei, por sua vez, obteve 30% dos votos. Ambos ultrapassaram a conservadora Patricia Bullrich, que ficou com 23,8%.

Juan Schiaretti, um peronista adversário do kirchnerismo, ficou com 6,8%. Myriam Bregman, candidata de esquerda, obteve 2,7%.

Os resultados representaram um alento para a campanha de Massa, atual ministro da Economia da Argentina, que carrega o fardo de ser membro do impopular governo do presidente Alberto Fernández, que neste pleito desistiu de concorrer à reeleição.

Nos últimos dias, algumas pesquisas indicavam que o peronista Massa vinha reagindo entre o eleitorado. Seu desempenho acima do esperado foi puxado principalmente pelo eleitorado da Província de Buenos Aires. Ainda assim, essa foi a pior votação presidencial do peronismo em quatro décadas.

Após ficar claro que havia terminado na liderança do primeiro turno, Massa apelou aos eleitores dos candidatos derrotados. “Vou fazer todos os esforços para ganhar a sua confiança”, assegurou. “Vou convocar um governo de unidade nacional em 10 de dezembro. Construído com base na convocação dos melhores, independentemente da sua corrente política. É importante ter a capacidade de abrir uma nova etapa institucional na Argentina”, afirmou.

 
Direita argentina com mais de 50% dos votos

Já o segundo lugar de Milei contrariou a maioria das pesquisas argentinas, que indicavam o ultradireitista em primeiro lugar. Ele também havia sido o pré-candidato mais votado das primárias, em agosto.

No entanto, o resultado não deixa de ser um passo importante para Milei, um novato na política, que apenas dois anos após ser eleito deputado conseguiu chegar a um segundo turno presidencial, se tornando o principal beneficiário do voto de protesto contra o governo e desbancando conservadores tradicionais do país, ligados ao ex-presidente Mauricio Macri, que neste pleito foram representados por Bullrich, que amargou um terceiro lugar após liderar uma campanha essencialmente focada no combate ao crime.

Somada, a direita argentina representada por Milei e Bullrich conseguiu mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno, o que sinaliza uma segunda rodada desafiadora para Massa.

Além do pleito presidencial, os argentinos elegeram neste domingo metade dos membros da Câmara dos Deputados, um terço do Senado e uma série de governadores provinciais. (Com agências internacionais)


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