Israel cancela reunião na ONU após Guterres afirmar que ataque do Hamas “não aconteceu por acaso”

 
O conflito entre Israel e o grupo Hamas, que já deixou mais de 7 mil mortos, não acabará tão cedo. Isso porque o governo de Benjamin Netanyahu insiste em eliminar os palestinos da Faixa de Gaza, estratégia que é difundida de maneira sórdida pelos judeus nas redes sociais.

Um acordo de paz não surge da eliminação de um povo, como quer Tel Aviv, mas a partir do diálogo, algo que há muito não acontece na região. Essa situação se repete no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que tece cancelada, nesta terça-feira (24), sessão para votar proposta dos Estados Unidos para a guerra no Oriente Médio, que tende a se espalhar pela região.

A sessão foi cancelada por conta de um atrito diplomático entre a ONU e o embaixador de Israel no órgão. O chanceler israelense cancelou a reunião bilateral que teria com o secretário-geral da ONU, após António Guterres afirmar que “o ataque de Hamas não aconteceu por acaso”, em referência aos atentados em solo israelense em 7 de outubro.

Em discurso de abertura da sessão, o secretário-geral falou ainda de uma “ocupação sufocante” de Israel na Faixa de Gaza, o que não foge à realidade dos fatos.

“É importante reconhecer que os atos do Hamas não aconteceram por acaso. O povo palestino foi submetido a 56 anos de uma ocupação sufocante. Eles viram suas terras serem brutalmente tomadas e varridas pela violência. A economia sofreu, as pessoas ficaram desabrigadas e suas casas foram demolidas”, discursou Guterres.

 
Ele disse, em seguida, que “os sofreres do povo palestino não podem justificar os ataques do Hamas”, o que também é verdade. Mesmo assim, Israel criticou a fala de Guterres. Em represália, além de o chanceler cancelar a reunião que teria com Guterres, o embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, pediu a demissão imediata do secretário-geral.

“Eu peço que ele se demita imediatamente. Não há justificativa ou sentido em falar àqueles que mostram compaixão às mais terríveis atrocidades cometidas contra os cidadãos de Israel e o povo judeu”, disse Erdan.

É preciso separar judeus de israelenses. Judeus são os que seguem o judaísmo, assim como israelenses são os naturais do Estado de Israel. Querer transformar os seguidores do judaísmo em cidadãos de Israel é o mesmo que fazer de todos os católicos pessoas naturais do Estado do Vaticano. Esse é um oportunismo barato que serve apenas para jogar cortina de fumaça para o genocídio que avança em Gaza.

A questão maior é que Israel, por conta da barbárie que foi o Holocausto, acha-se no direito de adotar a prática do genocídio contra os adversários, no caso os palestinos de Gaza, que lutam pela criação do Estado da Palestina.

O grave erro cometido pela ONU em relação ao tema foi cometido em 1948, quando, por sugestão do governo britânico, criou o Estado de Israel na esteira de uma divisão territorial pouco inteligente, para não usar a palavra “burra”.

A narrativa que Israel teima em construir a seu favor encontra reverberação em veículos da imprensa internacional e da indústria cinematográfica de Hollywood, ou seja, os principais formadores de opinião do planeta. Apenas os incautos, que desconhecem os fatos históricos, acreditam em discurso enredo tão tendencioso.


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