Onda de ataques no Equador deixa ao menos dez mortos; presidente fala em “conflito armado interno”

 
A onda de violência sem precedentes desencadeada por organizações criminosas no Equador deixou pelo menos dez pessoas mortas na terça-feira (9). As duas mortes mais recentes ligadas aos ataques são de policiais “assassinados de forma vil por criminosos armados” na cidade de Nobol, afirmou a Polícia Nacional do Equador.

Outras oito pessoas foram mortas em ataques do crime organizado em Guayaquil, a cidade mais populosa do país e capital da província de Guayas. “Não descansaremos até encontrarmos os responsáveis por este ato criminoso”, disse a polícia.

O presidente do Equador, Daniel Noboa, editou na terça-feira um decreto declarando a existência de um conflito armado interno em nível nacional e ordenando que as forças militares atuem para desmantelar grupos do crime organizado transnacional, classificados como organizações e atores terroristas não-estatais beligerantes.

Na segunda-feira, ele já havia decretado estado de exceção no país, medida que deve vigorar por 60 dias e permite o emprego de forças militares nas ruas e em prisões, bem como a imposição de toque de recolher.

Setenta presos

Em mensagem publicada nesta quarta-feira em sua conta no X (ex-Twitter), a Polícia Nacional do Equador relatou os resultados preliminares de suas ações contra os autores dos “ataques e atos terroristas”.

De acordo com a polícia, 70 pessoas foram presas, três dos seus agentes feitos reféns foram libertados e 17 fugitivos recapturados, além de terem sido apreendidas armas, munições, explosivos e veículos.


 
A Assembleia Nacional do Equador manifestou apoio às Forças Armadas, à Polícia Nacional e a outros responsáveis encarregados de manter a segurança e a paz diante da onda de violência que assola o país e anunciou que aplicará “indultos e/ou anistias” nos casos em que seja necessário garantir que possam cumprir sua tarefa.

Em comunicado publicado no X, membros do Legislativo equatoriano disseram aos cidadãos que trabalham “em unidade, independentemente das diferentes correntes políticas e ideológicas”.

“Conflito armado interno”

Um dia após decretar estado de exceção no Equador, o presidente Daniel Noboa assinou novo decreto nesta terça-feira (9) em que reconhece que o país enfrenta um “conflito armado interno”. É importante destacar que “conflito armado interno” é uma forma amena de fazer referência a uma guerra civil.

O mesmo documento lista 22 organizações criminosas como terroristas e ordena que as Forças Amadas executem operações “para neutralizar” os grupos citados.

Entre essas facções estão os “Choneros”, cujo líder, José Adolfo Macías Salazar, conhecido como “Fito”, fugiu da prisão no domingo (7). O incidente fez irromper uma crise de violência —a imprensa local descreveu a madrugada desta terça como uma “noite de terror”, com explosões de carros-bomba e outros artefatos em atos aparentemente coordenados, além do sequestro de quatro policiais.

As ações ocorreram após Noboa, que enfrenta sua primeira crise desde que assumiu a Presidência em novembro, decretar um estado de exceção de 60 dias em todo o país. A medida inclui um toque de recolher de seis horas, das 23h às 5h. (Com agências internacionais)


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