Governo Lula promove “faxina” na Abin após PF afirmar que agência atrapalhou investigações

 
Confirmando matéria do UCHO.INFO, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu fazer mudanças na cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A “dança de cadeiras” começou com a demissão de Alessandro Moretti, diretor-adjunto da agência e ligado a Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro, e ao deputado federal Alexandre Ramagem, bolsonarista que já comandou o órgão.

As mudanças acontecem após mais uma fase da Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal, que investiga a “Abin paralela”, esquema ilegal de espionagem durante o governo de Jair Bolsonaro.

Após duas fases da operação policial, o relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes, levantou o sigilo da decisão que lastreou as ações da PF e deu publicidade às afirmações dos investigadores sobre a atuação da cúpula da Abin nomeada pelo presidente Lula.

Rei posto

Moretti será substituído por Marco Cepik, que atualmente dirige a Escola de Inteligência da Abin. Cientista político. Cepik já foi diretor-executivo do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) em Porto Alegre (RS).


 
Os diretores de sete departamentos da Abin também serão substituídos, decisão que em matéria anterior afirmamos ser urgente e necessária para que o governo tenha tranquilidade em relação ao setor de inteligência, algo que Lula disse não ter.

Luiz Fernando Correia, diretor-geral da agência e que estava debaixo de críticas, inclusive de integrante da PF, permanece no cargo. Correia comandou a Polícia Federal no segundo governo Lula.

“Possível conluio”

No inquérito, a PF afirmou que integrantes da atual cúpula da Abin interferiram para dificultar o acesso aos dados e prejudicaram as investigações. “A preocupação de ‘exposição de documentos’ para segurança das operações de ‘inteligência’, em verdade, é o temor da progressão das investigações com a exposição das verdadeiras ações praticadas na estrutura paralela, anteriormente, existente na Abin”, destaca o relatório da PF enviado ao STF.

Para os investigadores, há inclusive um possível “conluio” entre os investigados da gestão anterior da agência com os integrantes da atual gestão, “cujo resultado causou prejuízo para a presente investigação, para os investigados e para a própria instituição”, completa o documento.

Em nota divulgada após as críticas do relatório da PF se tornarem públicas, a Abin afirmou que contribui com as investigações. “Tem 10 meses que a atual gestão vem contribuindo com os inquéritos da PF e STF. A Abin é a maior interessada em esclarecer eventuais ilícitos e vai continuar colaborando com as investigações”, afirmou a agência.


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