Em matéria publicada na edição de 29 de janeiro passado, o UCHO.INFO afirmou que Jair Bolsonaro e Augusto Heleno, os artífices do golpe, deveriam estar presos por causa do criminoso esquema de espionagem que ficou conhecido como “Abin paralela”.
Em outra matéria, publicada no mesmo dia, destacamos declaração de Bolsonaro sobre a operação da Polícia Federal para apurar o esquema de espionagem usando órgão de inteligência do Estado do brasileiro, não de um governo delinquente e golpista. “Querem me esculachar, me fazer passar por constrangimento”, disse Bolsonaro à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
Nesta quinta-feira (8), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantar o sigilo das investigações que embasaram a Operação Tempus Veritatis, da PF, veio a público gravação da reunião de Jair Bolsonaro com ministros do governo anterior, ocorrida em 5 de julho de 2022. O vídeo mostra que o então presidente sabia que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) era usada de forma ilegal para monitorar adversários políticos.
Na reunião, Augusto Heleno, que à época comandava o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, (GSI), afirmou que havia ordenado ao diretor-adjunto da Abin, Victor Felismino Carneiro, para infiltrar agentes da agência em campanhas eleitorais de outros candidatos.
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De acordo com a PF, Bolsonaro interrompeu a fala de Heleno e disse que conversaria com o outrora chefe do GSI “em particular” sobre o que a Abin estava fazendo. Os investigadores concluíram que Bolsonaro possivelmente considerou “o risco em evidenciar os atos praticados por servidores da Abin”.
Em declarações à imprensa, Bolsonaro afirmou que não tinha conhecimento sobre o esquema de espionagem ilegal que a Abin praticou contra adversários políticos, ministros do STF e jornalistas.
Victor Carneiro assumiu a direção interina da Abin após Alexandre Ramagem deixar a diretoria-geral, em abril de 2022, para concorrer ao cargo de deputado federal. Carneiro é homem de confiança de Ramagem e da família Bolsonaro.
O vídeo da reunião entre Bolsonaro, Heleno e outros ministros foi encontrado pela PF durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em desfavor do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.
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