Morreu neste domingo (18), em São Paulo, o empresário Abilio dos Santos Diniz, aos 87 anos. Nome de destaque no universo corporativo brasileiro, Diniz estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, na zona sul da capital paulista.
O empresário sentiu-se mal durante viagem a Aspen, no estado norte-americano do Colorado, e precisou retornar às pressas ao Brasil em avião adaptado com uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
“É com extremo pesar que a família Diniz informa o falecimento de Abilio Diniz aos 87 anos neste domingo, 18 de fevereiro de 2024, vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. O empresário deixa cinco filhos, esposa, netos e bisnetos, e irá ao encontro do seu filho João Paulo, falecido em 2022. Desde já, a família agradece a todas as mensagens de apoio e carinho”, destaca a nota divulgada pela família.
A morte de Abilio acontece um ano e meio após seu filho, João Paulo Diniz, morrer aos 58 anos em decorrência de mal súbito. À época, o empresário disse que a perda foi o golpe mais duro que poderia receber. “Estou sem chão”, disse em uma publicação nas redes sociais. “A dor que sinto é inexplicável”.
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A partir de uma doceria fundada em 1949 por seu pai, Valentim dos Santos Diniz, Abilio construiu um império empresarial no setor do varejo. Na esteira do grupo Pão de Açúcar, tornou-se um dos homens mais ricos do País (patrimônio líquido de US$ 2 bilhões, de acordo com a Forbes). Esse cenário foi marcado por relações com diversos governos,
De 1979 a 1989, Abilio, a convite de Mario Henrique Simonsen, foi membro do Conselho Monetário Nacional, período que ele considerou como década perdida. Por conta desse compromisso, o empresário se afastou em demasia dos próprios negócios.
Abilio foi sequestrado em 1989, quando o Brasil assistia à disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello pela Presidência da República. Enfrentou crises no campo dos negócios e uma intrincada disputa familiar. O racha na família quase levou o Pão de Açúcar, que quase foi à falência e perdeu a liderança para o concorrente Carrefour. Somente em 1994 um acordo entre os irmãos Diniz garantiu ao empresário o controle do grupo.
Durante o governo do golpista Jair Bolsonaro, o empresário participou de diversos encontros com então presidente e teceu elogios à política econômica de Paulo Guedes. “Acredito que o presidente quer o melhor para todos. Posso falar sobre o que eu entendo: economia. Nessa área, o trabalho que vem sendo feito é realmente belo, e vejo Bolsonaro apoiando isso”, declarou.
A política econômica de Guedes, que Abilio Diniz tanto elogiou, fez aumentar consideravelmente a quantidade de pessoas em situação de rua na maior cidade brasileira. Em frente à loja número 1 do Pão de Açúcar esse cenário é constatado com facilidade.
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