Lula condenou o genocídio em Gaza e é criticado, Flávio Bolsonaro minimizou o Holocausto e saiu ileso

 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo atacado por ter comparado o genocídio na Faixa de Gaza, perpetrado pelo governo criminoso de Israel, ao Holocausto, que assassinou covardemente 6 milhões de judeus.

Sem dúvida o Holocausto continua sendo a maior barbárie da humanidade, mas é preciso considerar que em discussão não está o número de mortos, mas a prática de genocídio em ambas as situações. Enquanto Adolf Hitler tentou dizimar os judeus, Benjamin Netanyahu recorre ao mesmo modus operandi em relação aos palestinos.

O objetivo do chefe do governo israelense é exterminar a população palestina, não combater o Hamas. Nos 120 dias do conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas, mais de 25 mil palestinos morreram, na maioria mulheres e crianças. Há pelo menos 7 mil desaparecidos.

É importante destacar que o significado da palavra genocídio é cristalino: “extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso”. Foi o que aconteceu na Alemanha nazista, é o que acontece na Faixa de Gaza, gostem ou não os israelenses e os judeus.

Faz-se necessário estabelecer um critério, na sociedade e principalmente na imprensa, para avaliar e criticar declarações sobre o Holocausto e o genocídio que acontece de forma deliberada na Faixa de Gaza, com a anuência criminosa das grandes potências.


 
Na coluna “Painel”, do jornal “Folha de S.Paulo”, o jornalista Fábio Zanini resgata uma fala do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), proferida em setembro de 2023. Durante sessão da CPI do 8 de Janeiro, o filho “01” do ex-presidente disse que as prisões de envolvidos nos ataques golpistas contra os Três Poderes lembravam as detenções de judeus pelos nazistas.

“A gente via pessoas com medo, querendo fugir do nazismo e sendo direcionadas para dentro de estações de trem de uma forma pacífica. Enquanto estavam nas estações de trem, eram ligadas as câmaras de gás, e as pessoas morriam aos milhares, muito parecido com o que aconteceu aqui nas prisões dos dias 8 e 9 de janeiro: ‘Entra aqui nesse ônibus, vamos te colocar na rodoviária para você voltar para a sua casa’. E o destino foi o presídio”, disse Flávio Bolsonaro na ocasião.

Se por um lado a oposição e boa parte da imprensa critica a declaração de Lula – alguns setores da mídia estão “passando pano” –, por outro os bolsonarista não criticaram à época a fala de Flávio Bolsonaro. Em suma, o tema está emoldurado pela hipocrisia.

Coordenador do grupo jurídico Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio Carvalho afirmou que a indignação com a declaração de Lula é seletiva. “Veja como a indignação é seletiva. A comparação do Flávio Bolsonaro, dentro ou fora do contexto, foi absolutamente absurda, desrespeitosa. Essa, sim, vulgariza, banaliza o mal. Mas não houve qualquer tipo de reação, a comunidade ficou em silêncio”, disse.

Na opinião do advogado, Lula não teve a intenção de relativizar barbárie cometida pelos nazistas ao criticar o genocídio na Faixa de Gaza. “O Holocausto sempre traz polêmicas, mas isso não quer dizer que o presidente Lula tenha tentado relativizar, ou coisa do gênero. Ele jamais faria isso. Ele é uma pessoa extremamente culta e sabe a importância que a memória desse evento tem”, declarou.


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