Tempus Veritatis: novo depoimento de Mauro Cid à PF deixa o golpista Bolsonaro mais perto da prisão

 
Como destacado em matéria anterior, Mauro César Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tinha duas opções no depoimento prestado à Polícia Federal na segunda-feira (11): revelar a verdade sobre o plano golpista ou perder os benefícios da delação premiada e ser preso preventivamente. Ninguém é obrigado a produzir provas contra si, mas a partir de acordo de colaboração premiada o cidadão precisa fornecer informações passiveis de comprovação.

Em depoimento que durou nove horas e terminou nos primeiros minutos desta terça-feira (12), Cid forneceu aos investigadores da Operação Tempus Veritatis informações sobre a fraude nos comprovantes de vacinação contra a Covid-19, o escândalo das joias sauditas e o plano de golpes de Estado, liderado por Bolsonaro e os generais golpistas de plantão.

A parte mais importante do novo depoimento de Mauro Cid refere-se ao plano golpista. O militar afirmou aos investigadores que Bolsonaro e assessores próximos – militares e civis – tinham ciência de que o sistema eleitoral brasileiro é confiável e seguro, mas preferiram continuar tramando o golpe. Isso porque a derrota nas urnas já despontava no horizonte.

Bolsonaro insiste na narrativa de que é inocente, tese que as provas derrubam, mas o novo depoimento de Mauro Cid complica ainda mais a situação do ex-presidente, que tenta mobilizar a militância diante da real possibilidade de ser preso.

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Se as mensagens encontradas pela PF no telefone celular de Cid não deixam dúvidas a respeito da tentativa de golpe, o novo depoimento do tenente-coronel colocou mais combustível em uma fogueira cuja chama não deve apagar tão cedo. Afinal, o ex-ajudante de ordens precisa poupar o pai, general Mauro César Lourena Cid, de constrangimentos e eventual prisão.

O ex-ajudante de ordens confirmou aos investigadores que o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, se posicionou contra o plano golpista. O ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, também foi contra. Ambos foram alvo de impropérios por parte do general aposentado Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro e entusiasta da implosão da democracia brasileira.

O teor do depoimento continua sob sigilo, apesar de algumas poucas informações terem vindo a público, mas novas fases da Tempus Veritatis serão deflagradas em breve.

Com os detalhes fornecidos por Cid, deve ser negado o pedido feito por Jair Bolsonaro ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para viajar a Israel, onde pretende adular o facinoroso primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, líder do genocídio que avança na Faixa de Gaza.


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