O ativista da oposição russa Leonid Volkov, aliado próximo de Alexei Navalny, crítico do Kremlin que morreu em uma prisão no Ártico há pouco mais de três semanas, acusou nesta quarta-feira (13) o governo russo de estar envolvido no ataque que ele sofreu na noite de terça-feira em frente à sua casa em Vilnius, capital da Lituânia.
Em vídeo postado no Telegram, Volkov, de 43 anos, disse ter voltado para casa nesta quarta-feira de manhã, após passar uma noite no hospital depois ter o braço quebrado e sofrer diversos ferimentos causados por cerca de 15 golpes de martelo na perna. Ele, entretanto, se mostrou combativo. “Vamos continuar e não vamos desistir”, disse Volkov.
O ativista, que atuou como chefe da equipe de Navalny, vive hoje exilado na Lituânia. Ele disse que o incidente foi uma “típica saudação de bandido” feita pelos homens do presidente russo, Vladimir Putin. “Eles queriam literalmente me espancar com um martelo”, afirmou.
De acordo com a polícia lituana, Volkov foi atacado por volta das 22h (horário local) de terça-feira. “O homem me atacou no pátio e bateu na minha perna cerca de 15 vezes. A perna está bem. Dói quando eu ando”, disse Volkov no vídeo. “Mas meu braço está quebrado”.
A porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, havia informado anteriormente que “alguém quebrou a janela do carro e jogou gás lacrimogêneo nos olhos dele” antes de golpear Volkov com um martelo.
A esposa de Volkov, Anna Biryukova, compartilhou nas mídias sociais fotos de ferimentos do marido, que incluem um olho roxo, uma marca vermelha na testa e sangue saindo de um ferimento na perna, além de imagens de um veículo com danos na porta e janela do motorista.
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“Putin, aqui ninguém tem medo de você”
O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, disse que o ataque a Leonid Volkov foi claramente planejado e vinculado a outras provocações contra a Lituânia. “Só posso dizer uma coisa a Putin: ninguém tem medo de você aqui”, disse Nauseda.
Os serviços de inteligência da Lituânia disseram que o ataque foi “provavelmente” uma operação “organizada e implementada pela Rússia”, visando impedir que a oposição russa influencie a eleição presidencial da Rússia.
Putin, no poder desde a virada do milênio, está realizando uma eleição nos próximos dias contra uma oposição simbólica, para estender seu governo por mais seis anos.
O Kremlin vê a equipe de Navalny como “a mais perigosa força de oposição capaz de exercer influência real nos processos internos da Rússia”, informou a agência de segurança da Lituânia. Não houve qualquer declaração por parte do governo russo sobre o incidente. (Com agências internacionais)
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