Réu por violência doméstica, deputado Da Cunha deveria estar afastado das atividades legislativas

 
A violência contra as mulheres cresceu de forma assustadora depois que Jair Bolsonaro, o golpista fracassado, liberou o acesso a armas de fogo. Dia após dia surgem notícias de mulheres vítimas de feminicídio, além dos milhares de casos de violência doméstica, a maioria não notificada às autoridades policiais por conta do medo de represália.

A falsa sensação de impunidade explica a eleição do deputado federal Carlos Alberto da Cunha, conhecido como Da Cunha. Antes da eleição de 2022, o parlamentar, que é delegado da Polícia Civil de São Paulo, foi afastado das ruas e teve de devolver arma, distintivo e carteira funcional, já recuperados no desgoverno de Tarcísio de Freitas, o “turista acidental” que está à frente da mais importante unidade da federação. O afastamento se deu porque Da Cunha afirmou publicamente que há “ratos” na corporação

Da Cunha é alvo de ação judicial movida pela ex-companheira, Betina Grusiecki, que gravou as ameaças feitas pelo parlamentar. A gravação veio a público no domingo (17), no programa Fantástico. No vídeo é possível ouvir Da Cunha agredindo verbalmente Grusiecki e ameaçando de matá-la.


 
De acordo com o Ministério Público estadual, o deputado ameaçou e agrediu a ex-companheira, causando-lhe danos materiais. Em outubro de 2023, Da Cunha tornou-se réu em ação judicial por violência doméstica, movida por Betina. O julgamento ainda não tem data para acontecer. Ele ganhou notoriedade com a divulgação no Youtube de operações policiais.

Filiado ao Partido Progressista (PP), Da Cunha deveria ser impedido temporariamente de exercer o mandato, pois é inadmissível que alguém com esse perfil possa frequentar o Legislativo. Contudo, isso não acontecerá tão cedo, pois o PP tem na proa dois parlamentares influentes e adeptos do corporativismo desenfreado: Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, e Ciro Nogueira, senador e presidente nacional da legenda.

Em qualquer país cuja população se interessa por política, o gabinete de Da Cunha na Câmara estaria cercado desde os atos violentos contra sua ex-companheira. Beira o inimaginável o fato de um cidadão desse naipe te conquistado 180 mil votos nas urnas, o que significa que parte da população cultua o “bate e arrebenta”.


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