PF indicia Bolsonaro, Mauro Cid, deputado do RJ e mais 14 pessoas por fraude em cartão vacinal

 
A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público, no caso que apura a falsificação de certificados de vacinação contra Covid-19. Com o indiciamento, o processo segue para o Ministério Público, que decidirá se apresenta ou não denúncia à Justiça.

Também fazem parte da lista de indiciados o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), além de 14 outras pessoas. Cid e Reis também foram indiciados pelos crimes de inserção e falsificação.

Em maio de 2023, Bolsonaro prestou depoimento à PF no âmbito dessa investigação sobre supostas fraudes em registros de vacinação contra a Covid-19.

A suspeita é de que o ex-presidente e membros de seu círculo familiar e pessoal teriam se beneficiado de um esquema de inserção de dados fraudulentos nos sistemas do Ministério da Saúde para obtenção de comprovantes de vacinação, visando assegurar a entrada dos investigados nos Estados Unidos e burlando exigências sanitárias das autoridades americanas.

Bolsonaro negou fraude

Em seu depoimento, Bolsonaro negou ter pedido a inserção de dados falsos em sua carteira de vacinação e na de sua filha. Ele também afirmou que o ex-ajudante de ordens jamais comentou com sobre certificados de vacina. O ex-presidente alegou que só soube do caso quando esse foi revelado pela imprensa.

No mesmo mês de maio, o ex-presidente foi um alvo de uma operação da PF, no âmbito dessa mesma investigação, que fez buscas na sua residência em Brasília e prendeu seis pessoas, entre elas assessores de Bolsonaro. O telefone celular do ex-presidente também foi apreendido na ocasião.

Em depoimento à PF em maio a mulher de Mauro Cid, Gabriela Santiago Cid, admitiu que utilizou um certificado falso de vacinação contra a Covid-19. Ela culpou o marido pela fraude.

Certificado de vacinação e golpe

No relatório que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro no caso dos cartões de vacina. A Polícia Federal afirma que a fraude pode ter sido realizada no escopo da tentativa de aplicar um golpe de Estado no país e impedir a posse de Lula.

“O presente eixo [falsificação dos cartões] (…) pode ter sido utilizado pelo grupo para permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de Estado, pudessem ter à disposição os documentos necessários para cumprir eventuais requisitos legais para entrada e permanência no exterior (cartão de vacina), aguardando a conclusão dos atos relacionados a nova tentativa de Golpe de Estado que eclodiu no dia 8 de janeiro de 2023”, destaca o relatório.

O relatório da PF ressalta que Mauro Cid confirmou que as falsificações nos cartões de vacinação do ex-presidente e da filha Laura foram feitas a pedido de Bolsonaro.

“O presidente, após saber que o colaborador possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o colaborador fizesse para ele também”, enfatiza o documento.

“O ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha, Laura Bolsonaro. (…) Que o colaborador [Mauro Cid] confirma que pediu os cartões do ex-presidente e sua filha Laura Bolsonaro sob determinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e que imprimiu os certificados”.


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