O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apresentou denúncia contra Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. A denúncia se deu no âmbito da Operação Nexus, da Polícia Civil do Distrito Federal.
De acordo com as investigações, Jair Renan teria forjado resultados financeiros de sua empresa Bolsonaro Jr. Eventos e Mídia para obter empréstimo junto ao banco Santander, que não foi pago. A denúncia criminal no caso está sob sigilo. A instituição financeira também moveu um processo para a cobrança da dívida e obteve uma decisão favorável para o pagamento de R$ 360 mil.
A apresentação da denúncia foi revelada pelo jornal “O Globo”. A acusação aponta que o faturamento da empresa de Renan foi inflado a R$ 4 milhões. Procurado, o MPDFT informou que apresentou manifestação no processo e aguarda decisão judicial. Caso a denúncia seja aceita, tem início uma ação penal.
Em fevereiro, a PCDF apresentou relatório final da investigação, na qual indiciou Jair Renan e seu instrutor de tiro, Maciel Alves, agora também denunciado. O indiciamento foi pelos mesmos crimes. Em agosto do ano passado, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão contra os dois.
O advogado Admar Gonzaga, que representa Jair Renan no caso, criticou o vazamento da denúncia para a imprensa. “Esses vazamentos têm causado o chamado strepitus fori, muito prejudicial à defesa, ao devido processo, à presunção de inocência e, assim, à imagem de quem tem o direito de se defender”.
A expressão jurídica “strepitus fori” refere-se ao constrangimento causado pelo próprio processo, cuja mera existência provoca efeitos negativos ao investigado. “A sociedade perde o status de legalidade e humanidade com essa situação. Precisamos evoluir”, acrescentou Gonzaga.
Violência doméstica
Citar a perda do “status de humanidade” causa espécie quando a declaração parte de Admar Gonzaga, que em 2017 agrediu fisicamente a ex-mulher, Élida Souza Matos, e colocou a culpa no enxaguante bucal.
De acordo com o laudo de exame de corpo de delito realizado à época dos fatos, houve “ofensa à integridade corporal ou à saúde” e o meio que produziu essa ofensa foi “contundente”. Atendida no Instituto Médico Legal do DF, Élida apresentava, segundo o laudo, “edema e equimose violácea em região orbital direita”. Ela alegou ter sido agredida com empurrões.
Em outubro de 2017, Admar Gonzaga enviou sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) Na manifestação, o advogado, que na ocasião era ministro do TSE, relatou que Élida havia recebido a notícia de uma doença, ingerido bebida alcoólica sem se alimentar e uma crise de ciúmes acabou desencadeando a briga entre os dois. Admar confirmou que empurrou a mulher, mas disse que o fez em sua defesa e “que o movimento não foi empregado como meio deliberado de agressão”. Ressaltou o ministro que seus movimentos foram em defesa própria. (Com ABr)
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