Caso Marielle: Chiquinho Brazão é transferido para penitenciária onde está detido o delator Ronnie Lessa

 
Nesta quarta-feira (27), os irmãos João Francisco e Domingos Brazão, que estavam presos no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, por suspeita de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foram transferidos para unidades prisionais distintas.

Deputado federal pelo Rio de Janeiro, João Francisco, conhecido como Chiquinho Brazão, foi transferido para o presídio federal de Campo Grande. No estabelecimento penal da capital sul-mato-grossense está preso o ex-policial militar Ronnie Lessa, executor do duplo homicídio e cujo acordo de colaboração premiada possibilitou o avanço das investigações e da prisão dos irmãos Brazão e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa.

Lessa está preso em Campo Grande desde 2020, após passar 1 ano e 8 meses no presídio federal de Porto Velho, em Rondônia. No acordo de delação, o ex-policial militar afirmou que os mandantes prometeram, como pagamento pela execução do crime, terrenos na zona oeste do Rio de Janeiro, em região dominada por traficantes e milicianos.

Os irmãos Brazão negam envolvimento com as mortes de Marielle e de Anderson. O advogado Ubiratan Guedes, que representa Domingos (conselheiro do Tribunal de Contas do RJ), disse ter “certeza que ele é inocente”. “Ele não tem ligação com a Marielle, não a conhecia”.

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Como afirmamos em matéria anterior, a alegação de Domingos Brazão não o livra da condição de suspeito pelo crime que só foi solucionado após seis anos, na esteira de reconhecido trabalho de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Chiquinho Brazão, por sua vez, disse que foi “surpreendido” com a prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal. É necessário ressaltar que Lessa, ao firmar acordo de colaboração premiada, assumiu o compromisso de fornecer aos investigadores informações verídicas e passiveis de comprovação.

A transferência de Chiquinho Brazão para o presídio federal de Campo Grande causa espécie, pois delator e delatado estarão na mesma unidade prisional, a menos que Lessa seja levado para outro estabelecimento penal. Do contrário, os agentes penitenciários terão de adotar um sistema de rodízio para que ambos não se encontrem.

A prisão de Chiquinho Brazão precisa ser autorizada pela Câmara dos Deputados, como determina a legislação. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) colocou em votação, na terça-feira (26), relatório pela manutenção da prisão do parlamentar, mas três deputados apresentaram pedido de vista, adiando a decisão.

Nova votação na CCJ deverá acontecer na segunda semana de abril. Na sequência, o caso será levado a votação em plenário, sendo necessários pelo menos 257 votos para a manutenção da prisão.


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