Direita e esquerda não podem usar o suado dinheiro do contribuinte para turismo ideológico

 
Está longe do fim a polarização política que diariamente corrói o Brasil e empurra os brasileiros para o terreno das incertezas. Quando cobra maior atenção às questões políticas, o UCHO.INFO o faz por preocupação com o cenário que autoridades tentam impor à população, que permanece inerte diante de situação de perigo crescente.

No início de março, uma comitiva de parlamentares brasileiros, liderada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), desembarcou em Washington (EUA) com o objetivo de buscar apoio político e tentar convencer os políticos republicanos de que o Brasil não é uma democracia.

Ultrapassa os limites do bom-senso o filho de um golpista fracassado, no caso Jair Bolsonaro, viajar aos Estados Unidos, às custas do suado dinheiro do contribuinte, para disseminar mentiras sobre a realidade política brasileira.

A trupe comandada por Eduardo Bolsonaro, o “Dudu Bananinha”, pretende que parlamentares dos Estados Unidos aprovem uma lei para penalizar autoridades brasileiras, sob a alegação farsesca de violação dos direitos de conservadores. O grupo cobra sanções ao Brasil para que a suposta “ditadura de esquerda” seja derrotada.

O grupo de “Dudu Bananinha” foi convidado para participar de audiência na Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, na Câmara dos Representantes, mas os deputados brasileiros foram barrados após o democrata James P. McGovern, um dos dois copresidentes da comissão, cancelar o evento.

Em nota enviada à Agência Pública, McGovern afirmou que os republicanos estariam “usando o Congresso dos Estados Unidos para apoiar os negacionistas eleitorais da extrema direita que tentaram dar um golpe no Brasil”.

Diante do revés, os deputados bolsonaristas promoveram patética coletiva de imprensa em frente ao Capitólio, ao lado do segundo copresidente da Comissão Tom Lantos, o republicano Chris Smith. “Desde o final de 2022, os brasileiros têm sido sujeitos a violações de direitos humanos cometidas por autoridades brasileiras em grande escala”, disse Smith.

O deputado norte-americano referiu-se ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que atua com firmeza para combater a desinformação nas eleições, de “ministério da verdade”, termo usado pelos bolsonaristas. Para abordar os “problemas” brasileiros, Smith se comprometeu a apresentar à Câmara dos Representantes um projeto de lei intitulado “Lei Brasileira de Democracia, Liberdade e Direitos Humanos”.

É importante lembrar que Eduardo Bolsonaro, em novembro de 2022, justificou sua presença no Qatar, durante a Copa do Mundo da FIFA, com o argumento que viajou para entregar a autoridades pen drives contendo informações sobre a “situação no Brasil”.


 
A farra da esquerda

O escárnio com o dinheiro público não é exclusividade da direita brasileira. Há dias, uma comitiva do Partido dos Trabalhadores aterrissou em Pequim para comemorar os 50 anos das relações diplomáticas entre o Brasil e a China.

No gigante asiático, a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, se comprometeu a “aprofundar parcerias” com o Partido Comunista da China. Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Gleisi afirmou que o fortalecimento da relação de 40 anos dos partidos pode contribuir para “construção partidária e governança”, favorecendo o desenvolvimento sustentável e a superação dos “desafios globais que estamos enfrentando”.

“O que vi na China foi uma sociedade próspera, que cresce, inclui a população, e influencia o mundo. Com grandes investimentos na indústria, infraestrutura e tecnologia”, escreveu a petista na rede social.

Gleisi Hoffmann tem garantido o direito à livre manifestação do pensamento, mas usar o dinheiro público para exaltar uma ditadura, como a chinesa, é uma ode ao absurdo, um deboche aos contribuintes, um açoite à democracia. Há quase 50 mil presos políticos na China, sem contar os que desapareceram misteriosamente, mas a líder petista consegue relativizar o totalitarismo exercido por Xi Jinping e seus obedientes asseclas.

No campo da economia, não se pode confundir o modelo capitalista de Estado que existe na China, operado por um partido centralizador que em nada remete aos mais básicos princípios democráticos.

Para concluir, vale ressaltar que Gleisi Hoffmann esteve em Havana, onde assinou acordo de cooperação e intercâmbio com o Partido Comunista cubano. Em suma, direita e esquerda não podem utilizar o dinheiro público para turismo ideológico, seja para defender um golpe de Estado, seja para exaltar ditaduras.


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