Chefe do serviço secreto militar de Israel pede demissão; massacre em Gaza pode aumentar

 
O chefe do serviço secreto militar de Israel, Aharon Haliva, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (22) por causa das falhas relacionadas ao ataque de 7 de outubro, executado pelo grupo Hamas. Haliva permanecerá no cargo até um sucessor ser indicado.

Ele é o primeiro funcionário do alto escalão militar e de segurança a renunciar devido a falhas relacionadas ao ataque do Hamas, no qual os radicais invadiram comunidades israelenses e mataram 1.200 pessoas, a maioria civis, e levaram cerca de 250 reféns para a Faixa de Gaza.

O Exército israelense iniciou uma investigação interna no final de fevereiro, cujas conclusões serão apresentadas ao chefe do Estado-Maior no início de junho.

“A divisão de inteligência sob o meu comando não esteve à altura da tarefa que nos foi confiada. Carrego esse dia negro comigo desde então, dia após dia, noite após noite, e carregarei a dor comigo para sempre”, afirmou Haliva em sua carta de renúncia.


 
Em outubro, Haliva, com 38 anos de serviço nas Forças de Defesa de Israel, assumiu parte da culpa pela lentidão da resposta contra milhares de radicais do Hamas, que no dia do ataque assumiram o controle de mais de uma dezena de comunidades israelenses e chegaram a andar armados em 3% do território do país.

Esperava-se que Haliva e outros líderes militares e de segurança renunciassem em resposta às falhas que levaram ao ataque. Mas o momento das renúncias não ficou claro porque Israel ainda está combatendo o Hamas na Faixa em Gaza e lutando contra o grupo militante libanês Hezbollah no Norte. As tensões com o Irã também estão em alta após ataques mútuos.

O líder da oposição israelense, Yair Lapid, saudou a decisão de Haliva e pediu ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que siga o exemplo.

Impulso ao genocídio

A renúncia de Aharon Haliva pode levar Israel a intensificar o genocídio praticado na Faixa de Gaza, que com a concordância das potências internacionais não tem data para terminar.

Com os Estados Unidos apoiando publicamente o governo de Tel Aviv, mas criticando nos bastidores, um acordo de paz, que passa obrigatoriamente pela criação de um Estado palestino, não acontecerá tão cedo.

Na verdade, com as investidas israelenses contra o Irã e aliados da teocracia de Teerã, a possibilidade de uma guerra regional cresce com o passar dos dias. Caso esse cenário se confirme, a tragédia humanitária em Gaza será deixada de lado, assim como acontece com a guerra na Ucrânia e outros tantos conflitos ao redor do planeta, em especial no continente africano.


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