A Força Interina da Organização das Nações Unidas no Líbano (Unifil, em inglês) informou que dois de seus soldados da paz ficaram feridos quando um tanque israelense disparou contra uma torre de vigilância na sede principal da força em Ras al-Naqoura, causando a queda dos soldados. Não houve vítimas em outros dois incidentes, disse uma fonte da ONU. A entidade condenou o ataque israelense à sede da Unifil.
“Qualquer ataque deliberado contra forças de paz é uma grave violação do direito humanitário internacional”, afirmou a Unifil em comunicado, acrescentando que estava em contato com o Exército israelense.
O Exército israelense declarou que suas tropas operaram na área de Naqoura, “próximo a uma base da Unifil”. De acordo com o comunicado, o IDF instruiu as forças da ONU na área a permanecerem em espaços protegidos, sendo que depois dessa recomendação as tropas abriram fogo na região. Israel afirmou ainda que mantém comunicação rotineira com a Unifil.
O Hezbollah afirmou que havia disparado uma salva de mísseis contra as forças israelenses na quinta-feira, enquanto estas tentavam retirar vítimas da área de Ras al-Naqoura, e que os soldados foram atingidos diretamente.
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Em Nova York, o embaixador israelense na ONU, Danny Danon, disse que Israel estava focado em combater o Hezbollah e recomendou que “a Unifil se desloque 5 km ao norte para evitar o perigo, à medida que os combates se intensificam”. A Reuters informou na última semana que o Exército israelense havia enviado mensagem pedindo que as forças de paz da ONU se preparassem para se mover “o mais rápido possível, para garantir sua segurança”.
Danon acrescentou que “Israel não deseja estar no Líbano, mas fará o que for necessário” para afastar o Hezbollah de sua fronteira norte, de modo que 70 mil residentes deslocados possam retornar às suas casas no norte do país.
Subserviente ao governo genocida de Benjamin Netanyahu, que certamente responderá por crimes de guerra, o embaixador israelense deveria se envergonhar com a própria declaração, que sorrateiramente tenta justificar a violação da soberania do Líbano e os ataques a civis.
O conflito começou há um ano, quando o Hezbollah abriu fogo em apoio ao grupo militante palestino Hamas no início da guerra em Gaza. Ele se intensificou dramaticamente nas últimas semanas, com Israel bombardeando os subúrbios do sul de Beirute, o sul do Líbano e o Vale do Bekaa, antes de enviar forças terrestres.
O Oriente Médio permanece em alerta máximo para uma nova escalada na região, aguardando a resposta de Israel a um ataque com mísseis iranianos em 1º de outubro.
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