Em artigo publicado no Instituto de Cultura Árabe (ICArabe), em novembro de 2024, o editor do UCHO.INFO afirmou que o genocídio na Faixa de Gaza não demoraria muito para desaparecer do noticiário, ou seja, o extermínio patrocinado por Benjamin Netanyahu cairia no quase esquecimento. O tema ganhou alguma sobrevida por ocasião da posse de Donald Trump, pois o presidente dos Estados Unidos precisava tirar algum proveito da trágica situação.
O desvario de Trump é tamanho, que surgiu a proposta de realocar os palestinos de Gaza em vários países e transformar o enclave em um empreendimento imobiliário de luxo, com hotéis e resorts à beira do Mar Mediterrâneo, onde apenas os endinheirados desfrutariam do local, com o devido retorno financeiro para o clã trumpista.
Um frágil acordo de cessar-fogo foi acertado entre o Hamas e Tel Aviv, mas o descontrolado Netanyahu, com o apoio de Trump, continua investindo criminosamente contra os palestinos da Faixa de Gaza.
Cerca de 1 milhão de crianças em Gaza estão sem o básico para sobreviver, como alimentos e água, alertou o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef). O diretor do Unicef para o Oriente Médio e Norte da África, Edouard Beigbeder, esteve nos territórios palestinos de Gaza e da Cisjordânia em viagem de quatro dias.
“A situação é extremamente preocupante. Algumas crianças vivem com tremendo medo ou ansiedade, outras enfrentam as consequências reais da privação de assistência humanitária e proteção, deslocamento, destruição ou morte. Sem a entrada de ajuda na Faixa de Gaza, cerca de 1 milhão de crianças estão vivendo sem o básico de que precisam para sobreviver, mais uma vez”, alertou o chefe da Unicef.
Já são 16 dias do bloqueio total de Israel à entrada de ajuda humanitária no enclave palestino. Estima-se que 95% da população de 2,1 milhão de habitantes estejam enfrentando algum nível de fome, com 344 mil palestinos com fome extrema. Os cálculos são do Painel IPC, organização que mede a fome ao redor do planeta.
O representante do Unicef visitou as instalações para dessalinização de água apoiada pela entidade, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, e constatou que a falta de eletricidade, cortada por Israel, está privando milhares de crianças do acesso à água potável.
“A única instalação que recebeu eletricidade desde novembro de 2024 foi desconectada. Agora, ela está funcionando com apenas 13% de sua capacidade”, lamentou Edouard Beigbeder.
Em relação à saúde, o representante do Unicef destacou que, há algumas dezenas de quilômetros de Gaza, estão mais de 180 mil doses de vacinas para infância bloqueadas por Israel.
“É o suficiente para vacinar e proteger completamente 60 mil crianças menores de 2 anos, bem como 20 ventiladores que salvam vidas para unidades de terapia intensiva neonatal”, disse.
O diretor-regional do Unicef denunciou que 4 mil recém-nascidos em Gaza não conseguem ter assistência médica e, em consequência, “vidas são perdidas todos os dias por falta de acesso a ventiladores neonatais”.
“O Unicef está defendendo que esses suprimentos de saúde para crianças, que salvam vidas, sejam autorizados a entrar. Não há razão para que não sejam. De acordo com o direito humanitário internacional, as necessidades essenciais dos civis devem ser atendidas”, defendeu o representante da entidade da ONU.
Como se não bastasse a sequência de crimes de guerra cometidos por Netanyahy e sua súcia de extremistas, o Exército de Israel realizou nesta segunda-feira (17) novos ataques a alvos do Hamas na Faixa de Gaza, em claro sinal de que o cessar-fogo terminou. Isso porque o governo israelense não conseguiu avançar nas negociações para as próximas fases da trégua e novas trocas de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.
Médicos na Faixa de Gaza relatam ao menos 100 mortos e 150 feridos após diversos bombardeios em várias áreas do território palestino, o episódio mais agudo de violência no conflito desde que a trégua entrou em vigor, no dia 19 de janeiro.
As negociações esbarraram nas discordâncias em relação à continuidade da trégua. O acordo inicial previa que as forças de Israel deveriam se retirar completamente de Gaza na fase 2, que deveria ter ocorrido no início de fevereiro, em troca de nova leva de libertações de reféns. Contudo, os israelenses descumpriram o acordo, com o apoio dos estados Unidos, que nesta segunda-feira foi consultado previamente sobre os novos ataques à Faixa de Gaza.
Com um esquizofrênico ocupando a Casa Branca e Benjamin Netanyahu precisando levar o genocídio adiante para manter-se no poder e não ser preso, o futuro dos palestinos de Gaza avança rapidamente no campo da incerteza.
Apesar da barbárie israelense, boa parte da imprensa global insiste em classificar o Hamas como grupo terrorista. Não se trata de defender um lado em detrimento de outro, mas é preciso que no caso em questão prevaleça o dito popular “o pau que bate em Chico, bate em Francisco”.
Resumindo, Benjamin Netanyahu é um genocida, enquanto Trump é seu cumplice. Para entender esse conluio espúrio entre ambos basta se informar sobre quanto a comunidade judaica dos Estados Unidos despejou na campanha de Donald Trump.
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