O retorno de Donald Trump à Casa Branca foi embalado por irresponsável discurso disruptivo. Apoiado por bilionários americanos e líderes do conservadorismo extremista, o presidente dos Estados Unidos começa a sentir os efeitos adversos de um governo pautado por ameaças e enfretamentos.
Quando Trump decidiu desmontar o departamento de Educação, em clara atitude de intimidação às instituições de ensino superior, seu objetivo era, como ainda é, sufocar as universidades, celeiros do pensamento liberal e progressista.
Algumas universidades americanas, temendo a perda de recursos, se colocaram de joelhos diante de Trump, mas a Universidade de Harvard decidiu enfrentar o autoritarismo do republicano.
Na segunda-feira (14), o governo americano anunciou o congelamento de US$ 2,3 bilhões (R$ 13,1 bilhões) em subsídios e contratos com a Universidade de Harvard. A instituição, por sua vez, informou que não vai atenderá às exigências da gestão Trump, como o fim de programas de inclusão e equidade.
Em cara enviada a Harvard, na última sexta-feira (11), o governo de Donald Trump exigiu amplas reformas na administração da universidade, adoção de políticas de admissão e contratação “baseadas em mérito”, além da realização de auditoria com estudantes, professores e dirigentes.
As exigências também incluem a proibição do uso de máscaras, medida considerada como direcionada a manifestantes pró-Palestina. O governo alega que manifestações contra a guerra na Faixa de Gaza, em 2024, foram motivadas por antissemitismo.
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O presidente da Universidade de Harvard, Alan Garber, afirmou em carta que as exigências violam os direitos garantidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA e “excedem os limites legais da autoridade do governo sob o Título VI”, que proíbe discriminação contra estudantes com base em raça, cor ou origem nacional.
Contudo, não é apenas sobre o segmento educacional que Donald Trump quer despejar seus devaneios totalitários. O setor de saúde corre risco semelhante ao que enfrentam as universidades. Esse cenário e ainda mais provável depois da nomeação de Robert F. Kennedy Jr. para comandar a Secretaria de Saúde.
Kannedy Jr. é um conhecido negacionista, cético em relação às vacinas e entusiasta de teorias da conspiração. No final de março, o governo Trump anunciou uma reestruturação no setor, começando com a demissão de 10 mil funcionários do Departamento de Saúde.
Na economia as expectativas também são das piores. Com o tarifaço e a guerra comercial declarada à China preocupa economistas americanos, que estimam inflação de 4% ao ano nos EUA, índice elevado para os padrões americanos.
Em outro vértice do terreno minado criado por Trump, grandes empresas começam a engavetar projetos por causa guerra comercial global, principalmente com a China. Para muitos analistas financeiros, a economia americana está, no momento, no patamar de risco.
Para quem foi dragado pelo falso otimismo do retorno de Trump à Casa Branca, os devaneios que escorrem pelas frestas do Salão Oval são fantasmas dispostos a virar a terra do Tio Sam de cabeça para baixo. Resumindo, ou Trump abandona a pantomima autoritária, ou corre o risco de não concluir o mandato.
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