Presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, imaginou que suas exóticas medidas tarifárias seriam capazes de intimidar a China. Não avaliou em momento algum a possibilidade de efeitos colaterais ou reação do país asiático.
Trump decidiu deflagrar uma queda de braço com o chinês Xi Jinping, que tem respondido à altura às investidas do homólogo americano.
O aumento sequencial das tarifas de importação para produtos chineses, atualmente no patamar de145%, levou Pequim a adotar medida equivalente, com tarifas de 125% para produtos fabricados nos Estados Unidos.
Pressionado pelas grandes empresas americanas de tecnologia, Trump deu um passo atrás em relação à taxação de smartphones e computadores de fabricação chinesa. A Apple, por exemplo, que produz iPhones na China, seria duramente prejudicada com a guerra tarifária entre Washington e Pequim.
Preocupada com o desfecho do embate, a Apple fretou seis aviões cargueiros com o intuito de transportar para os Estados Unidos 1,5 milhão de smartphones, antes da entrada em vigor das novas tarifas.
O recuo de Trump escancarou a fragilidade de um governo esquizofrênico em termos políticos, pois insiste em viver realidade paralela. Na tentativa de frear o processo de desmoralização, o presidente americano isentou smartphones, computadores e chips das tarifas recíprocas.
A China viu no gesto de Trump um primeiro e pequeno passo para corrigir “a ação equivocada das tarifas recíprocas unilaterais”, adtada pelo governo americano.
O recuo de Donald Trump teve o objetivo de acalmar os ânimos das grandes empresas de tecnologia, cujos donos apostaram todas as fichas na sua campanha.
O secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, esclareceu que as novas tarifas reduzidas para smartphones e computadores são temporárias. Esses produtos serão incluídos no setor de semicondutores em um ou dois meses, quando o setor for regulado.
O recuo do recuo foi suficiente para a China mais uma vez reagir ao bumerangue tarifário laçado por Donald Trump. Nesta terça-feira (15), a agência de notícias Bloomberg informou que o governo de Xi Jinping ordenou que as companhias aéreas chinesas rejeitem a entrega de aviões produzidos pela Boeing.
O governo chinês solicitou às transportadoras do país para suspender as compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas americanas, o que deve aumentar os custos de manutenção dos jatos que voam no gigante asiático.
Pequim está avaliando formas de auxiliar as companhias aéreas que alugam jatos da Boeing e, devido ao tarifaço de Trump, enfrentam custos mais altos.
As três principais companhias aéreas da China – Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines – planejavam receber 45, 53 e 81 aviões da Boeing, respectivamente, até 2027.
Acreditando ser o “xerife planetário”, Donald Trump errou ao abandonar a diplomacia e declarar guerra tarifária à China. A Casa Branca está diante de um impasse: ou Trump admite o fracasso e reconhece que agiu com irresponsabilidade – o que representaria derrocada política, ou segue ateando fogo na economia global.
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