Escândalo do INSS: Lula deveria se imbuir de coragem e demitir o ministro da Previdência Social

Em fevereiro passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu o primeiro passo para a esperada reforma ministerial, mas não avançou por diversos motivos. As duas primeiras mudanças na equipe ministerial não produziram os resultados esperados, pelo contrário. Alexandre Padilha, que respondia pela Secretaria de Relações Institucionais (leia-se articulação política), assumiu o Ministério da Saúde. Para que isso fosse possível, Nísia Trindade foi covardemente demitida.

Petista, Padilha é médico de formação, mas há muito atua na política. O presidente pode alegar que pelo fato de Alexandre Padilha ser médico, a pasta da Saúde respirará novos ares. A relação formação acadêmica e ministério não é garantia de sucesso. Não se pode esquecer que o tucano José Serra, engenheiro de formação, teve bom desempenho como ministro da Saúde.

Enquanto esteva à frente das Relações Institucionais, Padilha controlava os principais cargos da Saúde. Por outro lado, ultrapassa as barreiras do imaginável comparar o atual ministro com Nísia Trindade, que acabou apeada do cargo por não ser política, mas técnica.

Voltando à empacada reforma ministerial… Na quarta-feira (23), a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) deflagram a “Operação Sem Desconto”, com o objetivo de desmantelar esquema criminoso de descontos associativos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas. A fraude, que aconteceu no escopo do Instituto Nacjonal de Seguridade Social (INSS), ultrapassou a incrível marca de R$ 6 bilhões.

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O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido no mesmo dia da operação policial por ordem do presidente Lula. Um esquema criminoso dessa magnitude não prospera sem a participação de servidores de vários escalões do órgão e do próprio Ministério da Previdência Social.

Considerando que o INSS está no guarda-chuva do Ministério da Previdência Social, o ministro da pasta, Carlos Lupi, já deveria estar demitido. Não se trata de incriminar Lupi, mas é inaceitável que crime dessa ordem, iniciado no governo de Jair Bolsonaro, tenha passado despercebido.

Lula trocou entregou o comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência ao marqueteiro Sidônio Palmeira, com o objetivo de melhorar a comunicação do governo e reverter os índices de reprovação da sua gestão.

Caso o objetivo do presidente da República é de fato melhorar os índices de aprovação do governo, o melhor caminho a seguir é começar a faxina pelo Ministério da Previdência Social. Deixar Alessandro Stefanutto sozinho no meio do furacão é ignorar a capacidade de raciocínio de cada brasileiro. Qualquer ação contrária pode ser comparada a culpar o porteiro de uma empresa por fraude cometida por algum dos seus diretores. Ainda é tempo!

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