Na China, ficou evidente que a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a “Janja”, desconhece o protocolo que marca a extensa maioria dos encontros oficiais entre chefes de Estado e de governo. Na terra da Grande Muralha, o cerimonial é ainda mais rígido.
Durante jantar oferecido ao presidente Luiz Inácio da Silva pelo mandatário chinês Xi Jinping, Janja pediu a palavra para criticar a rede social TikTok, o que causou enorme constrangimento entre os presentes. A gafe, que não passou despercebida, chegou à imprensa brasileira, que não economizou palavras para criticar a postura da primeira-dama.
Se o histrionismo de Janja atropela o protocolo de eventos oficiais, o presidente Lula por certo desconhece a célebre expressão “pior a emenda que o soneto”, cunhada pelo poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805).
Logo após a gafe de Janja ter aterrissado na imprensa brasileira, Lula saiu em defesa da esposa, classificando o vazamento das palavras da primeira-dama como “inadmissível” e “desleal”. O petista foi além e chamou para si responsabilidade pela pergunta direcionada ao presidente chinês.
Por razões óbvias, o governo deflagrou uma operação de caça às bruxas na tentativa de identificar o responsável pelo vazamento, o que exigirá a quebra do sigilo dos celulares de todos os que participaram do jantar oferecido por Xi Jinping.
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Faz-se necessário destacar que, deixando de lado a reação do marido zeloso, inadmissível foi Lula tratar com o presidente Xi Jinping assunto que não compete ao mandatário chinês, mas, sim, às autoridades brasileiras, caso entendam que o TikTok está desrespeitando a legislação nacional vigente.
Em resposta à deselegante investida de Janja, o presidente chinês afirmou que o Brasil, com base no próprio arcabouço legal, pode regular a rede social ou até bani-la do País.
Lula afirmou que o presidente chinês deverá enviar ao Brasil pessoa de sua confiança para tratar da regulação TikTok. Uma democracia, como o Brasil, não pode recorrer ao líder de um regime ditatorial para regular a rede social chinesa. Basta que as autoridades competentes, usando das respectivas atribuições, cumpram o que determina a lei.
Por ocasião da suspensão da rede social X (antigo Twitter) no Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não solicitou ajuda ao governo dos Estados Unidos. Apenas aplicou a lei.
Não custa lembrar que na China continental, por determinação do governo de Xi Jinping, as plataformas Facebook, Instagram, X, Youtube e WhatsApp, entre outras, não funcionam. Respeitando as regras democráticas e o direito à livre manifestação do pensamento, o Brasil pode tomar decisões em relação a determinadas redes sociais, sem ajuda externa.
Resumindo, a primeira-dama Janja perdeu a oportunidade de ficar calada, o presidente Lula também.
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