Reino Unido sanciona Israel por ofensiva militar na Faixa de Gaza

Após avisar que tomaria “ações concretas” contra a escalada das operações israelenses na Faixa de Gaza, o Reino Unido interrompeu nesta terça-feira (20) as negociações sobre um acordo de livre comércio com Israel, convocou o embaixador do país para prestar esclarecimentos e impôs novas sanções contra colonos da Cisjordânia.

Em discurso inflamado no Parlamento britânico, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, acusou o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de “ações e retórica flagrantes” em relação à ofensiva militar no território palestino.

“O mundo está julgando, a história os julgará. Bloquear a ajuda, expandir a guerra, ignorar as preocupações de seus amigos e parceiros. Isso é indefensável e precisa acabar”, disse Lammy.

Lammy disse que a Grã-Bretanha “não pode ficar parada diante dessa nova situação”. “Ela é incompatível com os princípios que sustentam nosso relacionamento bilateral”, continuou ao informar que, por isso, estava interrompendo as negociações com Israel sobre o novo acordo comercial, que eram discutidas desde 2022.

Ele afirmou que o conflito entra em uma fase sombria quando Israel impede a entrada de comida para residentes “que enfrentam fome, falta de moradia e trauma”.

“As ações do governo de Netanyahu tornaram isso necessário”, disse Lammy.

Já o ministro britânico para assuntos do Oriente Médio, Hamish Falconer, disse que a embaixadora israelense no Reino Unido, Tzipi Hotovely, foi convocada para dar explicações em resposta à “escalada totalmente desproporcional da atividade militar em Gaza”.

Sanções contra colonos na Cisjordânia

O governo britânico ainda anunciou restrições financeiras e proibições de viagem à líder dos colonos israelenses na Cisjordânia Daniella Weiss e a outros dois indivíduos. Duas organizações acusadas de apoiar a violência contra comunidades palestinas também entraram na lista de sanções.

Lammy disse que Israel sofreu um “ataque hediondo” de militantes palestinos do Hamas em 7 de outubro de 2023 e que o governo do Reino Unido apoiou o direito de Israel de se defender, mas questionou o tamanho da resposta militar.

Na segunda-feira, Reino Unido, França e Canadá já haviam anunciado a possibilidade de aplicar sanções se Israel não interrompesse a ampla operação militar que prevê “conquistar Gaza”. O Reino Unido também pressiona para que a entrada de ajuda humanitária recém-retomada seja ampliada.

Israel minimiza pressão externa

Em resposta, o governo de Israel disse que “a pressão externa não desviará Israel de seu caminho na defesa de sua existência e segurança contra inimigos que buscam sua destruição”. Israel foi o 44º maior parceiro comercial do Reino Unido no ano passado.

“Se, devido à obsessão anti-Israel e a considerações políticas internas, o governo britânico estiver disposto a prejudicar a economia britânica – essa é sua própria prerrogativa”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, em um comunicado.

Israel lançou uma nova ofensiva militar em Gaza no último sábado com o objetivo de “conquistar” o território palestino e deslocar sua população para o sul. Na segunda-feira, residentes foram obrigados a abandonar Khan Yunis, a segunda maior cidade no enclave.

Israel iniciou sua atual ofensiva na Faixa de Gaza depois que o Hamas realizou ataques no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, nos quais quase 1.200 pessoas foram mortas, a maioria civis israelenses. (Com agências internacionais)

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