Militares israelenses afirmaram nesta quarta-feira (15) que um dos quatro corpos que receberam do Hamas na noite anterior não pertence a nenhum dos reféns sequestrados pelo grupo palestino em 7 de outubro de 2023.
O Hamas alega ter dificuldades para localizar os corpos, após mais de dois anos de guerra terem reduzido boa parte da Faixa de Gaza a escombros. O grupo anunciou a devolução de mais dois corpos na noite desta quarta-feira – a informação foi confirmada pelas autoridades israelenses, que ainda farão exames para identificá-los.
Em caso de resultado positivo, subiria para nove a contagem de reféns devolvidos pelo Hamas desde o atual cessar-fogo. Restam ainda outros 19 corpos mantidos pelo grupo no território palestino. A demora tem frustrado a opinião pública em Israel, que pressiona pela devolução de todos os mortos.
Na terça-feira, Israel anunciou que limitaria a entrada de ajuda humanitária em Gaza, ao passo que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou usar violência contra o grupo militante palestino em caso de não desarmamento.
Um dia após Trump discursar em Jerusalém, promovendo seu plano para encerrar a guerra, combatentes do Hamas executaram homens nas ruas. Israel, por sua vez, informou à Organização das Nações Unidas que permitirá a entrada de apenas a metade do número de caminhões com ajuda acordado no acordo de cessar-fogo da última semana.
Autoridades israelenses justificaram a decisão de restringir a ajuda e adiar os planos de abrir a passagem da fronteira sul com o Egito alegando que o Hamas violou o acordo de cessar-fogo ao não entregar todos os corpos dos reféns.
Também na terça-feira, o Hamas, classificado como grupo terrorista por diversos países, informou aos mediadores que transferiria quatro corpos para Israel. Mais tarde, autoridades de Israel afirmaram que a Cruz Vermelha havia recebido quatro caixões do Hamas e estava a caminho para entregar os restos mortais às forças israelenses.
O governo israelense garantiu que “todas as famílias dos reféns” foram informadas e “estamos com elas neste momento difícil”. “Continuaremos atualizando as informações com dados confiáveis, conforme necessário”, concluiu o comunicado.
Os quatro corpos devolvidos na noite de segunda-feira foram inicialmente identificados como sendo os de Bipin Joshi, um estudante nepalês de 24 anos sequestrado do Kibutz Kissufim; Guy Illouz, de 26 anos, sequestrado no festival de música Nova, palco do pior massacre cometido em 7 de outubro; Daniel Peretz, de 22 anos, capturado em um veículo blindado de transporte de pessoal; e Yossi Sharabi, morto em um ataque aéreo israelense em Gaza após ser sequestrado aos 53 anos do Kibutz Be’eri.
Já os três corpos devolvidos na noite de terça-feira foram identificados como sendo os do soldado israelense-alemão Tamir Nimrodi, de 20 anos; Uriel Baruch, de 35 anos, que estava no festival Nova; e o taxista Eitan Levy, de 53 anos.
Em troca da devolução dos corpos, Israel enviou os restos mortais de 45 palestinos do território de volta para Gaza.
Trump: “Se não se desarmarem, nós os desarmamos”
O ataque israelense de dois anos deixou grande parte da Faixa de Gaza em ruínas. Na terça-feira, o Hamas afirmou que Israel estava matando pessoas em Gaza e violando o cessar-fogo. Trump sugeriu que o Hamas estava renegando sua promessa de devolver os mortos e ameaçou o grupo com violência.
“Se eles não se desarmarem, nós os desarmamos”, disse Trump a repórteres em Washington após retornar de sua viagem de fim de semana ao Oriente Médio. “E isso acontecerá de forma rápida e talvez violenta.”
O Hamas – considerado uma organização terrorista por alguns países – rapidamente recuperou as ruas das áreas urbanas de Gaza após a retirada parcial das tropas israelenses na semana passada.
Em vídeo divulgado na noite de segunda-feira, combatentes do Hamas arrastaram sete homens com as mãos amarradas nas costas para uma praça da Cidade de Gaza, forçaram-nos a se ajoelhar e atiraram neles pelas costas.
Uma fonte do Hamas confirmou que o vídeo foi filmado na segunda-feira e que combatentes do grupo palestino participaram das execuções. A agência de notícias Reuters conseguiu confirmar a localização por meio de características geográficas visíveis.
Na segunda-feira, Trump proclamou o “amanhecer histórico de um novo Oriente Médio” ao parlamento israelense, enquanto Israel e o Hamas estavam trocando os últimos 20 reféns israelenses vivos em Gaza por quase 2 mil detidos e prisioneiros palestinos. (Com Deutsche Welle e agências internacionais)
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