Lô Borges, um dos fundadores do Clube da Esquina, morre em Belo Horizonte aos 73 anos

Morreu em Belo Horizonte, aos 73 anos, o cantor e compositor Lô Borges, um dos nomes mais importantes da música brasileira. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (3) pela família do artista.

Lô Borges estava internado na Unidade Terapia Intensiva (UTI) desde 17 de outubro devido a uma intoxicação por medicamentos e precisou de ventilação mecânica. No dia 25 de outubro, passou por uma traqueostomia.

Em parceria com Milton Nascimento, Lô foi um dos fundadores do icônico Clube da Esquina. O mineiro coleciona sucessos atemporais como “Um girassol da cor do seu cabelo”, “O trem azul” e “Paisagem da Janela”

Sexto filho de uma família de onze irmãos, Salomão Borges Filho nasceu no bairro Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, e se mudou ainda criança para a região central da cidade. A mudança temporária transformou, para sempre, a vida de Lô e a música brasileira.

Ainda adolescente, nos anos 1960, passava a maior parte do tempo em Santa Tereza com os amigos, tocando violão em rodas que privilegiavam o repertório dos Beatles, o grupo predileto de todos. Essa relação evoluiu para a formação do que se chamou Clube da Esquina.

No grupo, além de Lô, estavam seu irmão Márcio Borges, que ao lado de Fernando Brant e Ronaldo Bastos era um dos letristas da turma, os cantores e compositores Beto Guedes e Flávio Venturini, o tecladista Toninho Horta e o baixista Novelli. À frente do grupo, Milton Nascimento, que já gravava discos individuais e tinha um sucesso nacional, a canção “Travessia”.

Em 1972, Lô Borges e os integrantes do grupo colaboraram com Milton Nascimento no álbum “Clube da Esquina”, um marco da música popular brasileira. Muito jovem, com 20 anos, Lô impressionou bastante o pessoal da gravadora e, segundo gostava de relatar, chegou desesperado para contar a Milton que tinha assinado um contrato para um disco solo, o “Disco do Tênis”.

Ao longo dos anos 1980, 1990 e 2000, Lô manteve uma produção relativamente discreta, em termos de quantidade de lançamentos. Gravou apenas cinco discos entre 1980 e 2003.

Anos mais tarde, Lô Borges lançou vários discos inéditos: tem “Rio da Lua” (2019), “Dínamo” (2020), “Muito Além do Fim” (2021), “Chama Viva” (2022), “Não Me Espere na Estação” (2023), “Tobogã” (2024) e o recente “Céu de Giz”, com Zeca Baleiro. Em 2023, lançou disco do show “50 Anos de Música: Ao Vivo na Sala Minas Gerais”, lançado em 2023.