O deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) disse nesta terça-feira (27) que não foram esclarecedoras as declarações dadas pelo ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre as circunstâncias da compra de três medidas provisórias nos governos Lula e Dilma por empresas do setor automotivo. O petista prestou esclarecimentos aos integrantes da CPI do BNDES.
A Polícia Federal e o Ministério Público investigam se as Medidas Provisórias 471/2009, 512/2010 e 627/2013 foram editadas para atender determinadas montadoras de veículos. As três propostas que se converteram em lei levam a assinatura do presidente da República, à época, e de Mantega, que foi ministro da Fazenda nas gestões de Lula e Dilma.
”Este é um assunto nebuloso que ninguém do governo responde efetivamente. Esta dúvida continua. A PF investiga e esperamos que os responsáveis possam ser responsabilizados por esta compra de medidas provisórias”, observou Betinho.
Mantega chegou a ser indagado durante a oitiva sobre o caso. Respondeu que não tinha conhecimento à época sobre a elaboração dos textos para atender interesses de empresas de automóveis.
Na última segunda-feira (26), lobistas acusados de “comprar” tais medidas provisórias foram presos pela PF. Na ação, feita em parceria com a Receita Federal e o Ministério Público Federal, houve busca e apreensão na empresa de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, que recebeu pagamentos de um dos investigados.
Mundo da fantasia
Betinho Gomes também criticou as explicações de Mantega para a política econômica adotada à época em que esteve à frente do Ministério da Fazenda. O ex-ministro também defendeu a importância do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), criado em 2009 pela instituição, como forma de evitar os efeitos da crise econômica internacional.
“O fato é que esta política gerou um endividamento enorme para o país e nos levou para o fundo do poço. Mostra que é um governo que gerou uma fantasia e, agora, a população paga um preço pelos erros cometidos pelo governo do PT”, acrescentou o parlamentar do PSDB.
