Economia brasileira avança na rota da crise, enquanto Dilma permanece agarrada ao cargo

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Integrantes do governo avaliaram, após os protestos de domingo (13), que a crise econômica foi o motivo principal dos protestos que ocorreram em todas as unidades da federação. Os palacianos podem pensar de forma livre, pois o Brasil ainda é uma democracia, mas a corrupção desenfreada foi a mola propulsora das manifestações. Mesmo assim, a grave crise econômica, que piora com o passar dos dias, continua preocupando os brasileiros.

De acordo com a mais recente edição do Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (14), a economia nacional continua sendo alvo de previsões pessimistas por parte dos analistas do mercado financeiros. Segundo o boletim do BC, os economistas apostam em redução da inflação oficial para 2016, mas nada que leve o mais temido fantasma da economia para o centro da meta estabelecida pelo governo (4,5%). Os analistas preveem que até o final deste ano o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve chegar à marca de 7,46%, contra 7,59% da previsão anterior.

Esse pequeno recuo na previsão de inflação para 2016 decorre da redução da tarifa de energia elétrica, que desde o início de março chega aos consumidores sob a bandeira amarela. Por outro lado, esse recuo foi provocado por uma queda generalizada no consumo das famílias, em especial no setor de alimentos. Como vem antecipando o UCHO.INFO, pessoas têm mudado hábitos de vida, cortado produtos e substituído marcas por outras mais baratas.

Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini garantiu, meses atrás, que o IPCA alcançaria em 2016 o centro da meta (4,5%), mas essa promessa seguiu o mesmo caminho das feitas por Dilma Rousseff: a vala do descrédito. O BC tem afirmado que buscará “circunscrever” a inflação oficial limites definidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 – trazer a taxa para até 6,5% – e levar o IPCA para o centro da meta 4,5%, em 2017. Assim como o mercado financeiro, o UCHO.INFO não acredita nessa promessa. A inflação não cederá tão facilmente neste ano e no próximo.

Em relação ao Produto Interno Bruto de 2016, os economistas mantém o pessimismo, apostando em contração de 3,50% da economia, contra 3,4%% da previsão anterior. Trata-se da oitava piora seguida do indicador.


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou, recentemente, que em 2015 o PIB verde-louro registrou recuo de 3,8%, o maior em 25 anos. No caso de se confirmar a previsão sobre novo recuo da economia em 2016, será a primeira vez que o Brasil registra dois anos consecutivos de contração econômica.

No tocante ao PIB de 2017, os economistas das instituições financeiras mantiveram previsão de alta de 0,5%, mas ainda é cedo para afirmar que isso acontecerá ate lá, pois a economia continua refém de uma crise política crescente.

No caso da taxa básica de juro, a Selic, que foi mantida em 14,25% pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central, os analistas do mercado apostam que o índice permanecerá no atual patamar até o final do ano. Para 2017, a Selic projetada pelos especialistas é de 12,50% ao ano.

Na seara do câmbio o Boletim Focus traz a opinião dos economistas, que reduziram de R$ 4,30 para R$ 4,25 a projeção para a cotação do dólar comercial no fim de 2016. Dirigentes de grandes empresas de consultoria financeira consultados pelo UCHO.INFO creem que a moeda-norte-americana não deve se distanciar do patamar de R$ 4, com pequena oscilação para cima ou para baixo. Para 2017, a previsão é que o dólar encerre o ano cotado a R$ 4,34, contra R$ 4,40 da estimativa anterior.

Esse cenário revelado pelo Boletim Focus mostra que a crise econômica não será revertida com facilidade e muito menos no curto prazo. Se Dilma Rousseff não tiver um lapso de grandeza e renunciar à presidência da República, as medidas de ajuste fiscal, tão necessárias para solucionar a crise, continuarão na fila de espera do Congresso Nacional.

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