A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) só não está atrás das grades por conta do foro especial por prerrogativa de função, o popular “foro privilegiado”.
Implicada na Operação Lava-Jato sob a acusação de ter em embolsado R$ 1 milhão em propina do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da História, principal denunciada na Operação Pixuleco II (18ª fase da Lava-Jato) e indiciada por corrupção passiva, juntamente com o marido, Gleisi não perde a arrogância. A senadora petista tem prometido combater o impeachment no Senado e garante que “vai destruir” as acusações contra Dilma Rousseff com a força de seus argumentos e a com lógica de sua retórica.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), instalará a Comissão Especial do Impeachment na próxima segunda-feira (25), dando assento aos 21 integrantes do colegiado.
O PT indicou Lindbergh Farias (PT-RJ), José Pimentel (PT-CE) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) para representar os interesses do partido e da presidente da República.
Com dez dias de prazo para a comissão apresentar o relatório, o presidente do Senado colocará a proposta em votação no próximo dia 17 de maio. Apenas para lembrar, Renan, Lindbergh e Gleisi estão denunciados no intrincado esquema de corrupção que funcionou durante uma década na Petrobras.
Gleisi Hoffmann não poderá contar com o apoio do senador Roberto Requião (PMDB-PR), autoproclamado “muso anti-impeachment’, que foi vetado por Michel Temer para representar o partido na Comissão que analisará o impedimento de Dilma.
Requião vem tomando iniciativas bizarras para defender Dilma e os cargos que ganhou, como contrapartida, na binacional Itaipu, onde instalou, em cargos com remunerações nababescas, irmãos, parentes e aliados. Entre elas estava a recomendação para que os deputados, antes do impeachment, fugissem de Brasília e desligassem o celular para não serem incomodados por eleitores golpistas.
O filho do senador, o deputado estadual Requião Filho (PMDB-PR), conhecido como Bob Filho, segue a linha ensandecida do pai em seus discursos na Assembleia do Paraná. Logo depois da votação do impeachment na Câmara, criticou duramente os deputados que votaram pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Requião Filho, em suma, disse que quem votou pelo impedimento fazia parte “de circo ou de seita”.