FMI: Brasil terá de complementar teto de gasto com alta de imposto; ajuste fiscal deve avançar

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De acordo com economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), em documento para a reunião ministerial do G-20, as condições no Brasil estão começando a melhorar e o crescimento econômico deve voltar em 2017. Contudo, o governo brasileiro precisa avançar com as reformas. A reunião do grupo dos países mais ricos do planeta começa dia 23 de julho, na China.

O Fundo acredita que há espaço limitado para o Banco Central brasileiro cortar juros agora e recomenda que o governo do presidente em exercício Michel Temer avance com o ajuste fiscal, incluindo “medidas tributárias”, forma usada pela instituição para sugerir aumento de impostos, e reforma na previdência.

“O novo governo deve complementar a proposta de um teto para os gastos com medidas tributárias e resolver a rigidez das despesas e mandatos insustentáveis, incluindo na previdência”, destaca o documento do FMI.

No Brasil, mais de 90% do Orçamento federal são destinados a gastos atrelados a leis e, por isso, difíceis de serem cortados. É importante lembrar que na reunião de primavera do FMI em Washington, realizada em abril, a instituição já havia falado que o Brasil poderia precisar de uma alta de impostos para melhorar a situação fiscal.


Além do ajuste fiscal, o FMI volta a recomendar que o Brasil faça reformas estruturais para aumentar a produtividade e a competitividade. Outra medida essencial é a implementação do programa de concessões, que provocará melhora da infraestrutura do País. O relatório ratifica que medidas como esta serão essenciais para aumentar o crescimento potencial do Brasil.

Ainda segundo o FMI, o País está tendo desempenho econômico significativamente abaixo do potencial e precisa construir “amortecedores fiscais”. Mas ao falar da necessidade de avanço do ajuste fiscal, o FMI ressalta que países como o Brasil e a Itália precisam ter em mente medidas que sejam “amigáveis ao crescimento”.

O FMI também alerta ao falar do Brasil no documento do G-20 sobre os riscos que o aumento do endividamento das empresas traz, sobretudo porque parte dessa dívida está em moeda estrangeira. Um cenário de menor liquidez na economia mundial ou de aumento de juros pode complicar a situação financeira dessas companhias.

Na reunião do G-20, o Brasil será representado pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.

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