Ex-primeiro-ministro de Portugal, António Manuel de Oliveira Guterres está próximo de ser o novo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta quarta-feira (5), o nome de Guterres foi indicado pelo Conselho de Segurança da ONU e necessita apenas de aprovação pela Assembleia Geral, o que deverá acontecer dentro de alguns dias.
António Guterres ficou à frente de outros nove candidatos e não recebeu qualquer veto na sexta votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova York, para eleger o sucessor do diplomata sul-coreano Ban Ki-moon, cujo mandato termina no fim deste ano. Após ser informado do resultado, o português declarou que se sente “honrado e feliz”.
O Conselho de Segurança, com a presença de todos os embaixadores, anunciou que o português era o “vencedor claro”, recebendo 13 votos de encorajamento (de 15 possíveis), sem qualquer veto, e que na manhã de quinta-feira (6) aprovará resolução propondo o nome de Guterres para apreciação da Assembleia Geral.
O presidente do Conselho, diplomata Vitaly Churkin, disse esperar que a aprovação no Conselho ocorra por aclamação. A embaixadora dos Estados Unidos, Samantha Powell, disse que os 15 países-membros do Conselho de Segurança decidiram unir-se em torno de Guterres devido às provas que deu na sua carreira e durante a campanha.
Depois de cinco votações em que os votos dos 15 membros eram indiscriminados, os votos dos membros permanentes (China, Rússia, França, Reino Unido e Estados Unidos) foram destacados pela primeira vez, ficando visível algum eventual veto. Guterres venceu as cinco primeiras votações para o cargo, que aconteceram a 21 de julho, 5 de agosto, 29 de agosto, 9 de setembro e 26 de setembro.
Chefe do Acnur
Guterres liderará, a partir de janeiro, uma organização que conhece bem, depois de ter chefiado o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), entre junho de 2005 e dezembro de 2015, uma organização com cerca de 10 mil funcionários em 125 países. Antes foi presidente da Internacional Socialista entre 1999 e 2005, de onde saiu para o Acnur.
António Guterres foi ainda primeiro-ministro de Portugal de 1996 a 2001, quando renunciou ao cargo depois da derrota do Partido Socialista (PS) nas eleições autárquicas, decisão que justificou com a necessidade de evitar que o país, “num momento de crise internacional”, caísse num “pântano político”. Sua eleição, em 1995, havia posto fim a dez anos de governo do então primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva. (Com agências internacionais)