Lava-Jato: João Santana e Mônica Moura fecham acordo de delação e devem detonar Dilma no TSE

(Rodolfo Buhrer – Reuters)

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de autorizar a oitiva de quatro novas testemunhas no caso envolvendo a chapa Dilma-Temer certamente adiará a retomada do julgamento, mas já é considerado uma bomba na seara da ex-presidente da República.

A questão está na convocação dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura para depor no âmbito do processo que tramita no TSE, que apura abuso de poder econômico e político pela chapa encabeçada pela petista Dilma Rousseff, em 2014. Na verdade, a Corte eleitoral investiga o uso de dinheiro fruto de corrupção na campanha da petista.

Considerando que João Santana e Mônica Moura já selaram acordo de colaboração premiada no âmbito da Operação Lava-Jato, faltar com a verdade no depoimento ao TSE seria um enorme contrassenso. Colocaria em risco não apenas o acordo de delação, mas a liberdade do casal, que por determinação da Justiça teve de pagar R$ 30 milhões para deixar a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde permaneceram presos por alguns meses.


Santana atuou não apenas com marqueteiro de Dilma, mas como um dos principais conselheiros da então presidente da República, chegando ao ponto de decidir o que a petista deveria fazer em termos políticos. De tal modo, os depoimentos de João e Mônica certamente atrapalharão ainda mais a situação de Dilma no TSE e no escopo da Lava-Jato.

Para o desespero do PT, de Dilma Rousseff e seus advogados, o marqueteiro e sua esposa fecharam acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, sendo que os termos do mesmo já encontram-se no Supremo Tribunal Federal (STF) para a devida homologação por parte do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava-Jato na Corte.

A delação de Santana e Moura já causa preocupação na cúpula do PT, uma vez que o casal de marqueteiros foi responsável pelas três últimas campanhas presidenciais da legenda (2006, 2010 e 2014). Ao juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos resultantes da Lava-Jato, ambos admitiram ter recebido recursos do PT em contas bancárias no exterior. Se a dupla confirmar isso ao TSE – não há como ser diferente – Dilma está com os dias contados em termos políticos.

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