Em 2010, ao ser anunciada como candidata de Lula à Presidência, Dilma Rousseff foi apresentada à opinião pública como “mãe do PAC” e “gerentona”, adjetivos que foram dragados rapidamente por sua devastadora incompetência como gestora.
Naquele momento, a estratégia do mandrião Lula era colocar no Palácio do Planalto que lhe guardasse o lugar. Em outras palavras, Dilma seria uma esquentadora de cadeira, até que Lula pudesse novamente concorrer à Presidência, ou seja, em 2014. Pelo menos assim foi combinado entre ambos. Tanto é verdade, que Lula colocou pessoas da sua confiança em postos-chave na estrutura do governo Dilma, em especial no staff palaciano.
O tempo passou e a truculenta Dilma Vana Rousseff começou a tomar gosto pelo poder, apesar das muitas besteiras que fez como presidente da República. Em 2014, em vez de deixar o caminho livre para Lula voltar ao Planalto, a então presidente anunciou que concorreria à reeleição. O clima entre ambos azedou e na cúpula do PT a temperatura chegou às alturas.
Com a campanha de 2014 em marcha, Dilma começou a sentir a aproximação do tucano Aécio Neves, que naquele ano por pouco não ganhou a corrida presidencial. Lula, por sua vez, preferiu fazer-se de desentendido, tendo embarcado na campanha da “companheira” no último minuto da prorrogação, mas mesmo assim não foi um embarque marcado por convencimento e satisfação.
Quem acompanha os bastidores da política nacional sabe que no evento de lançamento da campanha de Dilma, em São Paulo, Lula chegou muito atrasado. Isso se deveu não apenas por causa da insatisfação do ex-metalúrgico, mas principalmente pela dificuldade enfrentada por petistas para convencê-lo a aderia à campanha.
Mesmo depois da reeleição, Lula e Dilma não voltaram a conviver como antes, apesar de o petista-mor ter dado ordens até os estertores do mandato da sucessora. Aproximação maior entre ambos ocorreu quando Lula, na iminência de ser preso na esteira da Operação Lava-Jato, usou interlocutores para conseguir um cargo de ministro de Estado, como forma de garantir foro privilegiado, o que remeteria o caso para o sempre moroso STF. Contudo, Lula foi ministro sem jamais ter sido.
Naquele instante, Dilma e Lula acreditavam que o processo de impeachment não avançaria, por isso a aposta na lentidão da Justiça e em eventual prescrição das penas no vácuo da procrastinação. O plano deu errado e o alarife do Petrolão acabou caindo nos domínios do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Caso o combinado entre Lula e Dilma tivesse sido cumprido, o ex-presidente teria conquistado nas urnas de 2014 um novo mandato, o que seria péssimo para o País, mas por certo não teria sido alcançado por um processo de impeachment. Não porque jamais cometeria as chamadas “pedaladas fiscais”, mas porque sempre esbanjou habilidade na relação com o Congresso, mesmo que isso tenha ocorrido à sombra de mesadas (Mensalão do PT) e roubalheira sistêmica e deliberada (Petrolão).
Um eventual novo mandato daria a Lula a chance de escapar por algum tempo das garras da Justiça, que agora tanto o assuntam e lhe tiram o sono. Correndo o risco de ser levado à prisão em breve, Lula deve estar pensando de forma mais insistente na traição de Dilma Rousseff, a “gerentona”. E quem conhece o ex-presidente sabe que isso não ficará sem troco.
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