Candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro aplicou mais um drible nos médicos que o acompanham desde que chegou ao Hospital Albert Einstein, na capital paulista, após agressão a faca em Juiz de Fora (MG). Na última quarta-feira (10), o cirurgião Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo e o cardiologista Leandro Echenique examinaram o candidato no Rio de Janeiro e o proibiram de participar de qualquer ato de campanha, inclusive debates, até a próxima quinta-feira (18).
Os médicos alegaram que Bolsonaro perdeu 15 kg de massa muscular, apresenta quadro de anemia e precisa se recuperar para retomar suas atividades. Naquele dia, o UCHO.INFO afirmou que o presidenciável usou o diagnóstico médico para fugir dos debates, pois nada tem a apresentar aos eleitores em termos de proposta, além de ser conhecido por sua pouca intimidade com a oratória. Foi o bastante para seus seguidores nos atacarem, como se não conhecêssemos os bastidores de uma campanha eleitoral.
Horas depois, este portal noticiou que na quinta-feira (11), contrariando ordens médicas, Jair Bolsonaro participaria de evento com deputados federais e estaduais eleitos pelo PSL e partidos aliados, em hotel na Barra da Tijuca (RJ). Ou seja, o candidato tinha condições de participar dos debates, mas não o fez pelos motivos já mencionados. Bolsonaro aproveitou o evento no Rio de Janeiro para anunciar que poderia não participar dos dois últimos debates, mesmo com a autorização dos médicos. E justificou sua decisão como sendo estratégia política.
Por questões óbvias, seus seguidores não aceitaram nossas afirmações e passaram a buscar explicações das mais variadas para o inexplicável. Até mesmo médicos, eleitores de Bolsonaro, aceitaram emitir pareceres atestando a fragilidade do candidato, sem ao menos examiná-lo.
Nesta segunda-feira (15), provando novamente que sua decisão de não participar dos debates é um ato de covardia e um enorme desrespeito ao eleitor, Jair Bolsonaro foi À sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope), o Rio de Janeiro, para, segundo sua assessoria, uma “visita a amigos”.
Durante o encontro, que durou aproximadamente duas horas, Bolsonaro discursou aos policiais militares brevemente e tirou fotografias com homens do Bope. “Podem ter certeza, em chegando (à Presidência), teremos um dos nossos lá em Brasília”, afirmou.
“Fizemos a segunda maior bancada em Brasília, sem televisão. Isso vem de gente como vocês. Então a gente tem que acreditar e tentar mudar, buscar fazer a coisa certa. Eu acho que isso é possível, afinal de contas não temos outro caminho”, declarou o candidato.
Bolsonaro encerrou seu discurso com o grito de “caveira”, tradicional entre policiais do Bope. Antes de deixar a sede do batalhão, o candidato almoçou com os integrantes do pelotão.
Para quem está sendo rotulado pelos eleitores como vítima da imprensa, que não tem compaixão com um ser humano que enfrenta o desconforto de uma bolsa de colostomia e não compreende as consequências das complexas cirurgias a que foi submetido, Bolsonaro tem vivido momentos de extrema ousadia. Enfim…