Em todas as ocasiões em que o UCHO.INFO afirmou que o objetivo do presidente Jair Bolsonaro sempre foi – continua sendo – dar um “cavalo de pau” na democracia brasileira, não se tratou de figura de retórica, mas de uma constatação que a cada torna-se mais evidente.
Avesso à democracia e ao Estado Direito, além de desrespeitar continuamente a Constituição Federal, Bolsonaro tenta impor suas vontades a qualquer preço e imagina que os Poderes constituídos têm o dever de se colocar de joelhos diante de seus devaneios autoritaristas.
Na manhã desta terça-feira (16), logo após a deflagração da Operação Lume, da Polícia Federal, o presidente disse a interlocutores que a ação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) era mais um ataque aos seus apoiadores, ao governo e a ele próprio.
Como sempre destacamos, Jair Bolsonaro, por não aceitar o contraditório, atitude típica de ditadores ou candidatos ao posto, tem sérias dificuldades para compreender a democracia como um todo e inserir-se nesse regime, em que a Carta Magna é o farol da sociedade.
Como se fosse dono de temperamento fleumático, Bolsonaro não fez qualquer comentário sobre o ataque de apoiadores ao STF com fogos de artifício. Seu silêncio, pelo contrário, soou como endosso a mais um ato antidemocrático e golpista, que contou com ameaças, provocações e xingamentos dos mais diversos.
No contraponto, mostrando-se colérico, o que traduz sua essência tosca e torpe, Bolsonaro exala irritação quando o império da lei se sobrepõe aos seus impulsos totalitaristas, apenas porque deseja governar ao arrepio do texto constitucional.
As decisões do STF, diferentemente do que afirma a horda bolsonarista, são imprescindíveis para a garantia do ambiente democrático e o respeito à legislação vigente e à Carta Magna, cenário sem o qual o País afunda cada vez mais como nação, não sem antes o governo atual mostrar-se um pária internacional aos olhos do planeta.
Seus apoiadores afirmam que Bolsonaro foi eleito democraticamente, mas é importante ressaltar que o “cavalo de pau” que sempre citamos é a forma mais fugaz e eficiente de começar a corroer uma democracia a partir de suas entranhas. E é exatamente isso que Jair Messias Bolsonaro tem tentado fazer com a ajuda de um punhado de oficiais militares que decidiram imiscuir nas questões políticas nacionais, como se a maioria dos brasileiros aceitasse de bom grado a presença maciça de militares na estrutura governamental. Não obstante, foi dessa maneira que Hugo Chávez e Nicolás Maduro transformaram a Venezuela em sepultura da democracia.
Enquanto várias nações saem do cenário de batalha imposto pelo novo coronavírus, retomando suas economias e flexibilizando de forma homeopática o convívio social, o brasileiro assiste à dizimação de parte da sociedade por conta da forma pífia como o governo vem enfrentando a pandemia da Covid-19, cenário que recepcionará impressionantes efeitos colaterais por causa dos seguidos atentados à democracia. Engana-se quem pensa que o restante do planeta não está com as atenções voltadas para o Brasil em razão da preocupante escalada da crise institucional.
Qualquer cidadão minimamente responsável e dotado de doses rasas de inteligência sabe que nossos alertas são procedentes e desprovidos de questões ideológicas, até porque contra fatos não há argumentos, exceto o cipoal de sandices de Bolsonaro e seus quejandos.