Piora sobremaneira com o passar das horas a situação do ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli da Silva, cuja posse no cargo, agendada para esta terça-feira (30), foi adiada em razão da polêmica que se formou no entorno do seu currículo.
Após a Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, afirmar que Dacotelli teve sua tese de doutorado rejeitada pela instituição, o que manda pelos ares o aludido título de doutor, foi a vez da conceituada Universidade de Wupppertal (Bergische Universität Wuppertal), na Alemanha, negar a informação de que o ministro é pós-doutor.
Como se não bastasse, uma suspeita de plágio em tese de mestrado na Fundação Getulio Vargas (FGV) veio à tona em meio ao reboliço que surgiu em meio à nomeação de Dacotelli, devidamente publicada no Diário Oficial da União após anúncio feito pelo presidente da República.
Diante das inconsistências no currículo de Carlos Alberto Dacotelli, cogitou-se no Palácio do Planalto sua saída, mas o presidente Jair Bolsonaro preferiu não ceder à pressão, mantendo o ministro no cargo sob a alegação de que sua experiência na área educacional o qualifica para comandar a pasta.
Para piorar o cenário conturbado, a FGV informou nesta terça-feira (30), por meio de nota, que Dacotelli não foi pesquisador nem professor da renomada instituição, mas atuou apenas nos cursos de educação continuada e de formação de executivos.
“Prof. Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação”, destaca trecho da nota divulgada pela FGV.
Diante da rumorosa situação de Dacotelli, a ala militar do governo Bolsonaro retirou, na segunda-feira (29), o apoio ao escolhido para comandar a pasta da Educação, mas o presidente, como mencionado acima, decidiu mantê-lo no cargo.
Contudo, na esteira da nova polêmica envolvendo Dacotelli, o Palácio do Planalto espera que o ministro renuncie ainda nesta terça-feira, evitando maiores surpresas e deixando o caminho livre para o governo escolher um novo nome para assumir o Ministério da Educação.
A preocupação dos militares palacianos é com a possibilidade de o caso servir de argumento para a ala ideológica go governo sugerir algum nome com o mesmo perfil de Abraham Weintraub.
Tomando por base o fato de que a solução de todos os problemas de uma nação passa obrigatoriamente pela Educação, o mínimo que se espera de Jair Bolsonaro é doses rasas de sensatez na escolha do novo ministro. Caso seja possível sonhar com isso.
Na opinião do UCHO.INFO, a educação serve principalmente para formar o cidadão e prepará-lo ao convívio social de maneira responsável e coerente. À sombra do que acontece com Dacotelli, sua permanência no cargo é desaconselhada por inúmeras razões.
