Nas investigações decorrentes do ataque que deixou três mortos na Basílica Notre-Dame, na cidade de Nice, a polícia francesa confirmou neste sábado (31) a prisão de um terceiro suspeito de envolvimento no atentando.
Segundo as autoridades, o homem de 33 anos foi detido durante uma operação de busca efetuada na noite de sexta-feira na casa do segundo suspeito, de 35 anos, que teria tido contato com o autor do ataque. A polícia tenta esclarecer qual seria a participação do terceiro detido no atentado.
Antes destas duas prisões, um homem de 47 anos já havia sido preso no mesmo dia do ataque. As investigações que resultaram nas prisões se concentram em dois telefones que foram encontrados com o agressor. De acordo com as autoridades, ao menos dois suspeitos permanecem detidos, incluindo um residente de Nice.
O promotor antiterrorismo da França, Jean-François Ricard, confirmou ainda que o autor do atentando, um tunisiano nascido em 1999, chegou à Europa em 20 de setembro pela ilha italiana de Lampedusa, ponto de entrada para migrantes que cruzam em barcos a partir do Norte da África.
Uma investigação paralela foi aberta na Itália para esclarecer detalhes sobre a passagem dele pelo país e identificar as pessoas com quais ele teve contato. A polícia suspeita que o terrorista tenha chegado à cidade italiana de Bari no início de outubro num navio usado para colocar migrantes em quarentena. Ele estava na França desde 9 de outubro.
Na quinta-feira, o agressor atacou pessoas que estavam dentre de uma igreja em Nice. Um homem e uma mulher foram mortos dentro do local, e uma brasileira foi gravemente ferida e morreu num café nas imediações, onde ela havia se refugiado, segundo policiais.
O agressor, que teria gritado “Allahu Akbar” (Deus é grande, em árabe) ao perpetrar o ataque, foi ferido a tiros pela polícia e levado a um hospital. A polícia ainda não consegui interrogá-lo e as causas do ataque ainda são desconhecidas.
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Série de ataques
O atentado ocorreu num momento em que a França está em alerta para atos terroristas em meio a tensões envolvendo caricaturas do profeta Maomé.
Em 16 de outubro, o professor de história Samuel Paty foi decapitado por um extremista islâmico nas proximidades de Paris, após ter exibido caricaturas do profeta em sala de aula, durante uma discussão sobre liberdade de expressão.
Em reação, o presidente francês, Emmanuel Macron, enviou milhares de soldados para proteger locais de cultos e escolas e endureceu o discurso contra agressores islamistas.
Em uma cerimônia de homenagem ao professor, Macron defendeu a liberdade de expressão e o direito de divulgar caricaturas no país, incluindo de Maomé, e acabou virando alvo de uma onda de indignação no mundo muçulmano, onde têm se multiplicado os apelos ao boicote de produtos franceses e os protestos.
Já em 25 de setembro passado, duas pessoas foram esfaqueadas perto do local onde ficava a antiga sede do jornal satírico “Charlie Hebdo”, em Paris. O autor do atentado disse que não conseguiu suportar a nova publicação de caricaturas de Maomé pelo jornal, que em janeiro de 2015 foi alvo de atentado por causa da publicação dessas caricaturas. Na ocasião, dois extremistas islâmicos mataram 12 pessoas. (Com agências internacionais)
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