Covid-19: “A luz no fim do túnel ainda está bem distante”, diz Angela Merkel

 
A chanceler alemã Angela Merkel apelou nesta segunda-feira (2) para que a população do país europeu obedeça às regras do “lockdown” parcial, como forma de aumentar as chances de que não seja necessária uma prorrogação das restrições até o período natalino.

“Se aguentarmos por um mês, isso pode servir de barreira nesta segunda onda”, disse Merkel em entrevista coletiva. A partir desta segunda, bares, restaurantes e academias permanecem fechados em todo o país até pelo menos o fim de novembro. A medida visa combater o aumento das infecções e impedir uma explosão no número internações hospitalares. No entanto, ao contrário do que ocorreu no primeiro semestre, escolas vão permanecer abertas. Nesta segunda-feira, a Alemanha registrou 12.097 novos casos de Covid-19.

“Cabe a todos fazer deste novembro um sucesso conjunto, um momento de virada”, disse a chanceler. “Se obtivermos sucesso, podemos ter um dezembro suportável com mais liberdade.”

A chefe do governo alemão disse que o país enfrenta no momento um crescimento exponencial de novas infecções. “O que nos leva a uma situação de emergência aguda em nossos hospitais”, disse. Merkel ainda afirmou que há cada vez mais pessoas “infectadas que andam por aí sem serem alertadas” porque as autoridades de saúde já não conseguem mais acompanhar o rastreamento dos contatos.

Nos últimos sete dias, a Alemanha registrou, em média, 127,8 infecções por 100 mil habitantes. “Precisamos baixar para 50”, disse Merkel. “Esse é o objetivo”, completou. Regiões que apresentam no período de sete dias mais de 50 infecções por 100 mil habitantes devem impor restrições, conforme o acordo entre os governos federal e estaduais. Com o nível abaixo de 50, de acordo com Merkel, o rastreamento de contatos pelas autoridades de saúde volta a ser possível.

 
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“Fim da pandemia está longe”

Por outro lado, Merkel alertou que, mesmo que o país consiga controlar o aumento de infecções, a pandemia ainda estará longe de terminar. “Durante os meses de inverno, teremos que limitar os contatos privados”, disse. “A luz no fim do túnel ainda está bem distante”, acrescentou, observando que os alemães provavelmente precisarão continuar a manter a paciência até meados de março do próximo ano.

Festas e grandes eventos ainda vão permanecer proibidos depois de novembro, segundo a chanceler. Mas as reuniões de família no Natal poedrão ser permitidas, desde que o número de infecções esteja sob controle. “Será um Natal sob as condições do coronavírus, mas não deve ser um Natal solitário”, disse Angela Merkel. Ao mesmo tempo, ela descartou “festas extravagantes de réveillon”.

A chanceler alemã enfatizou várias vezes que entende a “frustração” da população com a persistência da pandemia. “Tivemos um verão muito tranquilo. Depois, o outono chegou com muita força”, disse. No entanto, ela enfatiza que todos devem compreender as medidas de proteção. A chefe de governo ainda comparou o vírus a “uma espécie de desastre natural”, afirmando que esse “evento especial e desafiador” e ocorre “provavelmente apenas uma vez por século”. “Temos que viver com o vírus. Ele está aí – mesmo que não o vejamos.”

Ajuda aos negócios

Em 16 de novembro, Merkel e os 16 governadores do país se reunirão novamente para analisar o número de infecções e a incidência de sete dias por 100 mil habitantes, com o objetivo de determinar o caminho a seguir e avaliar se o lockdown parcial está funcionando.

Durante a coletiva, a chanceler tentou tranquilizar os donos de negócios afetados pelas medidas, afirmando que o governo pretende ajudá-los financeiramente. Diante do novo lockdown, o governo federal já havia anunciado uma nova ajuda emergencial de 10 bilhões de euros (R$ 65 bilhões).

Questionada sobre o tempo em que a Alemanha poderia arcar com um lockdown parcial, Merkel disse que a proteção da saúde e a economia não são mutuamente excludentes. “Superar a pandemia é o melhor para a economia.” (Com agências internacionais)

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