Na campanha presidencial de 2018, o UCHO.INFO alertou para o fato de o então candidato Jair Bolsonaro ser incompetente e desprovido de estofo para cargo de tamanha responsabilidade e relevância, como a Presidência da República.
Desde que chegou ao Palácio do Planalto, em 1º de janeiro de 2019, Bolsonaro tem protagonizado cenas dantescas, sem contar o fiasco de um governo despreparado e populista, em especial na economia.
Sem ter coragem para reconhecer o desastre em que se transformou a política econômica comandada pelo ainda ministro Paulo Guedes, o presidente insiste em terceirizar a responsabilidade pela grave crise que atravessa o País.
Nesta segunda-feira (8), em entrevista, Bolsonaro voltou a admitir a possibilidade de uma greve de caminhoneiros “parar o Brasil”, caso a Petrobras reajuste novamente os preços dos combustíveis.
“Você não tem como fazer milagre, é uma correia de transmissão essa questão. Inclusive a Petrobras já fala em um novo reajuste. Eu não vou omitir informações, essa é uma realidade que está acontecendo e você vê já cada vez mais crescendo tendência de caminhoneiros de parar o Brasil”, disse à rádio Jovem Pan Curitiba.
Bolsonaro afirmou que todos perderiam com uma eventual paralisação dos caminhoneiros, incluindo a própria categoria. Como sempre, o chefe do Executivo criticou a petroleira pelos dividendos pagos aos acionistas, entre eles a União, maior detentora de ações da companhia.
“Não pode ter um monopólio estatal que prejudica o povo como um todo, agora a maior forma de prejudicar o povo como um todo é a inflação”, destacou.
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Recentemente, durante viagem à Itália, o presidente afirmou que a Petrobras em breve aumentaria os preços dos combustíveis, mas não revelou a fonte de informação. A empresa, por sua vez, negou que estivesse planejando novo aumento. Na Europa, Bolsonaro afirmou que a Petrobras é um “problema” e defendeu a privatização da companhia.
Antes disso, Bolsonaro deflagrou absurda operação para transferir aos governadores a culpa pelos elevados preços dos combustíveis, como se o vilão dessa epopeia fosse o ICMS. Os gestores estaduais saíram na frente e congelaram por 90 dias os valores dos combustíveis utilizados no cálculo do ICMS. Mesmo assim, este portal afirmou que a decisão dos governadores não produziria efeitos concretos devido à política econômica do governo federal.
O presidente da República, desde a disparada dos combustíveis, passou a demonizar a Petrobras, que usa a paridade internacional como base de sua política de preços. Além disso, o câmbio interfere na formulação de preços dos produtos da empresa.
Não obstante o chefe do Executivo tem criticado o lucro da empresa. No final de outubro, Bolsonaro disse que a Petrobras não poderia ter lucro elevado, a ponto de provocar impacto negativo no mercado financeiro. No terceiro trimestre deste ano, a petrolífera registrou lucro de R$ 31,14 bilhões.
“Os dividendos são, no meu entender, absurdos. R$ 31 bilhões em três meses. Eu não quero na parte da União ter esse lucro fantástico”, afirmou na entrevista.
“Nós somos autossuficientes em petróleo, não justifica isso aí. Não podemos ficar escravizados ao preço lá de fora”, disse, em referência ao fato de os reajustes de preços dos combustíveis no Brasil estarem atrelados à variação do petróleo no mercado internacional. “Lucro da Petrobras, ao longo dos anos, grande parte vai para acionistas”, completou.
O Brasil é autossuficiente em petróleo, mas as refinarias nacionais não têm capacidade de processar gasolina e diesel, por isso o País importa combustíveis. Em suma, há enorme desinformação nas declarações do presidente.
Como afirmamos em matéria anterior, se a preocupação de Bolsonaro é minimizar os efeitos dos preços dos combustíveis na economia, que o governo utilize os dividendos que recebe da Petrobras para viabilizar valores mais baixos. Além dos dividendos que distribui aos acionistas, a Petrobras paga valores consideráveis em impostos.
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